Afinal, até gosto dele...

Pouco a pouco, entranha-se na minha pele, nos meus ossos, como um hábito que custa a assimilar, mas uma vez enraizado não se quer ver partir - O inverno. Sabem bem estes dias solarengos em que até o frio parece dissipar-se quando passeamos de mãos dadas pelas avenidas, e nos jardins brincam netos e avós num eterno “domingo de passeio”. Mesmo quando o frio não desaparece , a vontade é de sair para rua, deitar na relva e ali ficar horas de expressão torcida em caretas e olhos quase fechados, encadeados pelos sol, a contar a imensidão de formas que as nuvens algodão doce adquirem sob o céu azul celeste deste Inverno encantado.
E a juntar ao, só por si já tão, mágico Inverno a minha adorada “azafama natalícia”. É um clássico aqui do sitio, todos os anos falo nela e cada vez me fascina mais. É intrínseca esta nostalgia que me invade o coração quando as primeiras luzes enfeitam as avenidas da minha cidade e brilham tímidas num tom “dourado crepúsculo tardio” por entre as cortinas de todas as casas...apetece entrar nelas, fazer parte daquelas sombras que se movem contentes em torno das arvores e partilhar a alegria do Natal em cada família.
Eu que, ao contrário do meu querido, fui novamente invadida pelo espirito natalício daquela maneira quase melodiosa que todos anos me arranca de casa para as ruas da baixa, chiado e bairro alto à procura das tão desejadas prendas. Não se sei gosto mais de recebe-las, se de procura-las. Gostava de dizer que me esforço com os presentes, que penso previamente em casa cada uma, mas é mentira, o meu ritual de compras natalícias é bem mais simples. Resume-se a entrar e sair de lojas que gosto, e à medida que o vou fazendo, vou “dando de caras” com este ou aquele objecto que tem a ver especialmente com esta ou aquela pessoa, e é um prazer fazer compras assim. Nada de muito dispendioso claro, mas isso não é impedimento.
Este ano demorei horas a acabar as compras de natal, não por estar indecisa (quer dizer, também) mas porque em cada loja o funcionário que nos atendia a mim e a Margarida, não sei se por ser natal, era mais simpático que o anterior: ora contavam a estorias sobre determinado artigo, ora referiam notas culturais sempre boas de se dar aquando da oferta de um presente, todo o tipo de conversas que nós fazem demorar com gosto numa loja e atrasam o que temos para fazer a seguir com um “Feliz Natal e Boas Festas”. E é nestas alturas, quando nos despedimos a correr de alguém e nos lembramos de dizer “ahh Feliz Natal e senão te vir até lá...Feliz Ano Novo” que toda esta quadra adquire o sentido que lhe é devido.
Falta dois dias para o Natal, e não vejo a hora de me sentir rodeada pela minha familia, e ver nos sorrisos de cada um a verdadeira razão do Natal.


...e com isto apetece desejar Feliz Natal a toda a gente: Feliz Natal à Margarida que me acompanhou na “saga das compras de natal”, à Sarinha que não nos pode acompanhar, Feliz Natal ao Tiaguinho, Feliz Natal ao Zé, meu querido...ao João, à Vania, ao Pré, à Odilia, ao João, ao Luís, ao Almeida, ao Branquinho, à Paula, à Covas, ao Diogo, ao “Manel”, ao Hugo, à “Fisga”, à Castro Verde, à Sarinha e ao Rafael de Aljustrel e a todos os outros que aqui não estão ,mas sabem que também é para eles o meu sincero desejo de um Feliz Natal “não foi esquecimento, espreitam dentro do meu coração”

Feliz Natal!
Temos corredor...


A minha escola é um corredor. Um meio corredor apertado com cacifos de ambos lados, professores no andar de cima e alunos no rés do chão, um autêntico “Corredor das excentricidades”. Foi assim que o apelidei há uns dias quando, encostada ao cacifo numero 71, esperava pela aula de estudos do movimento humano e observava o kiko e a Catarina numa pista de danças latinas improvisada, o Almada (centro geocósmico do mundo =Þ ) de volta do baixo, a Odilia às gargalhadas enquanto o Tiago, noutro ponto não muito longe dedilhava Oasis na guitarra que é de todos e não é de ninguém.
Convivemos dia apôs dias, há já quatro meses nem nós sabemos bem como, mas o facto é que apesar de aparentemente estranho (mas acolhedor) o “nosso” corredor faz de casa e família a muitos, principalmente os que vêm de longe e tentam encontrar ali o calor humano que a distancia arranca do peito sempre que partem no comboio que os traz de volta às praias do Sado. E são justamente de saudade as lagrimas que muitas vezes se derramam naquele corredor, lagrimas que depressa acabam em sorrisos frequentemente provocados pela magnifica voz do "Branquinho e seu tambor" . Os sotaques são outro factor de interesse no nosso corredor, norte sul este oeste, Portugal inteiro de uma ponta a outra, tudo no “nosso” corredor, uma torre de babel estreita e apertada. Já para não falar da facilidade com que se destinguem os alunos dos três cursos: os “fisio” em calções ou em posições estranhas de femur na mão, os “enf´s” de bata e sempre preocupados com o trabalho de P-lalala e finalmente os “TF´s” também muito conhecidos por “Turismo e férias”...que nunca os vemos.
Image Hosted by ImageShack.usFamosas são já também as surpresas que se preparam no corredor sempre que alguém faz anos...e desta vez a “vitima” fui eu. Com um bolo de chocolate (o meu preferido a seguir ao strawberry cheese cake) feito por eles , velas e meio corredor de alunos, professores e cacifos se fez uma festa improvisada com nunca tive nenhuma...
São infinitas as particularidades deste nosso corredor que tem tanto de estranho como de acolhedor, tanto de estreito como de imprevisível, um autêntico “corredor das excentricidades” ;)
Em cima do acontecimento...

É uma pena só ter descoberto hoje esta exposição de fotografia da autoria de Carlos Carvalho no Catacumbas Jazz Bar em Lisboa. E apesar de ser a última noite achei que esta mistura de jazz, blues e fotografia merecia ser divulgada. Por isso, se o Bairro Alto fizer parte dos vossos planos nocturnos para hoje aproveitem, visitem-na e contem-me como foi ;)
Não gosto do inverno.


Frio, chuva, vento...são o tipo de coisas que não dão jeito nenhum a quem, como eu anda fora de casa o dia todo: não gosto de acabar o dia ensopada em chuva salgada que me caiu em cima no curto espaço de tempo que demoro da estação dos comboios ao carro; não gosto de ter constantemente a ponta do nariz gelada (nomeadamente quando ele não está por perto para a aquecer) ; não gosto de olhar pela janela às seis da tarde e já não haver sol (quando o há durante o dia, porque às vezes nem isso)...
Gosto do Inverno em momentos, só as vezes quando uso gorro, luvas, cachecol e me passeio Chiado acima em busca do melhor “chocolate com croassaint” da Bernard (carinhosamente apelidado por mim e por elas) ; quando estou em casa enterrada no sofá da sala de pipocas em punho a ver o Before Sunset/sunrise, a Amelie etc pela milésima vez ou quando o pequeno almoço me é levado à cama: as melhores torradas, o melhor sumo de laranja espremido das unidas duas laranjas que haviam na cozinha enquanto o Jack toca na aparelhagem horas a fio e a televisão fala sozinha para uma multidão de 1000 velas e um cone de incenso...Se assim fosse ,todos os dias, o Inverno podia durar uma vida inteira...
Agenda Cultural :




Repararam na musiquinha nova? Oiçam, oiçam bem que daqui a uns mesinhos (dia 13 de Março) esta e outras musicas vão tocar ao vivo no Pavilhão Atlântico pela doce, doce voz deste senhor aqui ao lado, o meu querido Jack Johnson...e eu vou lá estar muah!
O Amor é...



"Amor é quando alguém te magoa, e tu, mesmo muito magoado, não gritas, porque sabes que isso fere os sentimentos da outra pessoa."
Mathew, 6 anos.


"Quando minha avó ficou com artrite, e deixou de poder dobrar-se para pintar as unhas dos pés, o meu avô passou a pintar as unhas dela, apesar de ele também ter muita artrite."
Rebecca, 8 anos.




"Amor é quando uma menina põe perfume e o menino põe loção pós-barba, depois saem juntos e se cheiram um ao outro."
Karl, 5 anos.


"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, apesar de se conhecerem há muito tempo."
Tommy, 6 anos


"Quando alguém te ama, a forma de dizer o teu nome é diferente..."
Billy, 4 anos.


"Amor é quando tu sais para comer e ofereces as tuas batatinhas fritas sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela."
Chrissy, 6 anos.


"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para ter certeza que está ao gosto dele."
Danny, 6 anos.


"Quando contas a alguém alguma coisa feia sobre ti próprio, e ficas com medo que essa pessoa por causa disso deixe de gostar de ti, ai ficas mesmo surpreendido, quando descobres que não só te continuam a amar, como ainda te amam mais!"
Samantha, 7 anos.


"Amor é quando a nossa mãe vê o nosso pai chegar suado e mal cheiroso,e ainda diz que ele é mais bonito que o Robert Redford!"
Chris, 8 anos.


Respotas de um grupo de crianças de 4 a 9 anos, durante uma pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia à pergunta "O que é o amor?"


Apesar de ter as minhas duvidas quanto á credibilidade deste mail (duvido que uma criança de 7 anos saiba quem é o Robert Redford, mas é possível) achei que estava giro e que eu não diria melhor (",)
Em movimento...


15 horas e 53 minutos, o comboio parte e a paisagem corre lá fora ritmada com o som metálico dos carris enferrujados: arvores, arvores, arvores, fios eléctricos, fios eléctricos, chaminés, fios eléctricos, arvores pouca terra, pouca terra, azul, azul, rio azul (não é o meu mas começo já a gostar dele)...Praias do Sado é a primeira paragem e a minha segunda casa. Há quase um mês que aqui estou, e dos meus (tão adorados) rituais já faz parte andar de comboio. Acordo cedo, e às vezes, muitas vezes o sol esconde-se ainda no horizonte quando me sento no andar de cima da penúltima carruagem. E se Setúbal é a minha segunda casa, o comboio é a terceira, mas não me custa, nada me custa quando me lembro que é para lá que vou....e todos os dias, quando me sento novamente com eles, os futuros fisioterapeutas (como eu) , enfermeiros, terapeutas da fala no andar de cima da penúltima carruagem de regresso a casa é mais o que partilhamos uns com os outros, é mais o que aprendemos, e cada vez aprendemos mais , e cada vez queremos aprender mais e mais, temos fome, sede de saber.
Mas desta vez o comboio é outro, não há ar condicionado nem música clássica e desconfio que nem chão, mas nada disso importa, vou ter com ele ,é tudo o que eu quero. Não o vejo há uns dias, nunca sei quantos (não gosto de contagens) mas sei que senão são muitos, são os suficientes para me enfiar no comboio fantasma que vai para o Barreiro e esquecer-me do resto do mundo à medida que as praias do Sado vão ficando para traz. A viagem é agradável (mas lenta), vou observando detalhadamente cada uma das pessoas que entram e saem da carruagem, um olhar quase clinico sobre a forma como se movimentam numa tentativa de aplicação da última aula de “estudos do movimento humano”. A janela é outro escape à ansiedade que tento enganar. Do lado de lá vejo uma paragem, acho que a penúltima, (já falta pouco). No chão, carris enferrujados por todo o lado e ao fundo, um velho vagão estacionado em jeito de fotografia a Sépia tirada há já muito tempo.
16 horas e 40 minutos, o comboio pára : É tarde de outono na marginal barreirense e primavera na minha pele...*.
"olhe, era o costume se faz favor"




Não é de hoje o meu gosto pela a agitação citadina bem, vocês sabem ;). E aliada à cidade vem toda uma panóplia de rituais que mesmo que se realizem noutros locais, é na cidade que adquirem a forma mágica à luz alaranjada dos candeeiros.
Há dias, falava com o Zé sobre “Rotinas & Rotinas”, dava um belo titulo de programa de televisão, não dava? sempre era mais interessante que o Esquadrão G, mas isso é outra estória ;) . Chegámos então à conclusão que se destinguem dois tipos de rotina: a “má”, que se prende á monotonia das coisas feitas por obrigação, e uma rotina “boa”, que aconchega e que inconscientemente deixamos entranhar nos nossos corpos, não pela periodicidade com que se repete mas por nos saber tão bem que nem damos por ela. É nesta categoria que insiro os Rituais:
Recordo com saudade as sessões terapêuticas de sábado às 5 no café ao virar da esquina. Eram tardes de confissões entre lágrimas, sorrisos, cafés e açúcar , o doce e o amargo, tudo à mesa do café do costume.
“O costume” é outro prazer cosmopolita. O bom cosmopolita tem um prazer especial em dizer “olhe , é o costume sff”. Há todo um sentimento de conforto aliado á expressão que é, de certo modo, um estatuto e como tal demora tempo a ser adquirido: muitos fins de tarde, de noite passados num qualquer bar num qualquer canto escondido da cidade... Já para não falar na forma como o cosmopolita, depois de um concerto de jazz ao vivo, ou de uma peça de teatro, entoa a frase “último ferri”, “último comboio” “último qualquer coisa” há algo de mágico na sonoridade que (novamente, e desculpem a repetição) aconchega quase tanto como o caldo verde quentinho e o pão com chouriço quando a madrugada já vai alta.
Não podia deixar de mencionar o cartucho de jornal, ou mais frequentemente, de páginas amarelas com castanhas lá dentro no outono, em plena baixa pombalina...
Estes e outros prazeres são exemplos de rituais cosmopolitas. Gosto da palavra ritual pela misticidade quase religiosidade que implica, e é desta forma que encaro os meus que tanta satisfação me dão.

A propósito, fiquem com esta música da Mafalda que ilustra um tanto ou quanto o que quero dizer:


"Esperei-te no fim de um dia cansado
À mesa do café de sempre
O fumo, o calor e o mesmo quadro
Na parede já azul poente
Alguém me sorri do balcão corrido
Alguém que me faz sentir
Que há lugares que são pequenos abrigos
Para onde podemos sempre fugir

Da tarde tão fria há gente que chega
E toma um café apressado
E há os que entram com o olhar perdido
À procura do futuro no avesso do passado

O tempo endurece qualquer armadura
E às vezes custa arrancar
Muralhas erguidas à volta do peito
Que não deixam partir nem deixam chegar

O escuro lá fora incendeia as estrelas
AS janelas, os olhares, as ruas
Cá dentro o calor conforta os sentidos
Num pequeno reflexo da lua

Enquanto espero percorro os sinais
Do que fomos que ainda resiste
As marcas deixadas na alma e na pele
Do que foi feliz e do que foi triste

Sabe bem voltar-te a ver
Sabe bem quando estás ao meu lado
Quando o tempo me esvazia
Sabe bem o teu abraço fechado

E tudo o que me dás quando és
Guarida junto à tempestade
Os rumos para caminhar
No lado quente da saudade "

Curiosidade:


Sabiam que os hipermercados não tem livro de reclamações?
(Diz um funcionário do jumbo do Almada forum)


Facto :

Sempre que sentir os seus direitos, enquanto consumidor, ameaçados, exija o livro de reclamações - a forma mais imediata e civilizada de resolver a situação.
É um meio simples e sem custos para denunciar um mau serviço, mas se lho recusarem, reclame para a entidade reguladora."
(Diz a DECO)


Especial atenção para a parte “a forma mais imediata e civilizada de resolver a situação”. Parece-me a mim que estes estabelecimentos são tudo menos civilizados na resolução de problemas que implicam (in)satisfação dos clientes, uma vez que para além de não existirem livros de reclamações, quando os há nem sempre as queixas tem projecção, e diz a DECO novamente “Apenas um senão: nenhum organismo fiscalizador de estabelecimentos obrigados a ter livro de reclamações nos quis facultar detalhes sobre o seguimento dado às queixas por si recebidas.” Resumindo, ou os clientes do Jumbo e outros que tal, estão 100% satisfeitos com os serviços (não me parece ser esse o caso, por experiência própria), ou então estamos perante um caso de violação dos direitos do consumidor .


Não se assustem, o blog não se transformou num site publicitário, apenas gosto e considero essencial a divulgação da cultura e do que de bom se vai fazendo por aqui, nessa área, já que poucos são os incentivos ao desenvolvimento do tecido cultural português . E tão grave, ou mais, é a insensibilidade artística de que sofre uma boa parte da massa portuguesa, e nesta situação não consigo compreender a relação causa-efeito : se é a falta de incentivos que leva à insensibilidade por parte da população se o contrário, talvez sejam os dois e a bola de neve vai constantemente aumentando de diâmetro...Seja como for, com ou sem apoio por parte do governo, continua a haver vida para lá do orçamento ;) e continuam-se a fazer muito boas coisas.
Muito boa foi também a peça de teatro que assisti ontem no Auditório Carlos Paredes em Benfica. “Sax” é o nome e a temática gira em torno da vida amorosa de 6 casais em “diferentes fases de relacionamento, que se cruzam ao longo da trama” e mais não digo. Peguem nas vossas namoradas(os), amigas(os), ajhfsfgdbhf(os) em quem quiserem, e desfrutem da 5ª Arte num serão agradável.

Sugestão: A noite é uma criança, não a deixem morrer por ali, e quanto a isso a imaginação que vos sirva de conselheira ;)
*suspiro*

Noah: The best love is the kind that awakens the soul and makes us reach for more, that plants a fire in our hearts and brings peace to our minds (...)
I am nothing special; just a common man with common thoughts, and I've led a common life. There are no monuments dedicated to me and my name will soon be forgotten. But in one respect I have succeeded as gloriously as anyone who's ever lived: I've loved another with all my heart and soul; and to me, this has always been enough.

in Notebook- Nicholas Sparks
(vejam o filme)
Chuvinha...


Sabe bem voltar a senti-la cair lá fora enquanto cá dentro um filme passa e os amigos se amontoam nos sofás, no chão, se aninham às pernas, braços uns dos outros à procura de conforto que nunca dura muito tempo pois a agitação não pára, e prestar atenção ao filme entre pipocas, rebuçados, coca-cola e piadas é tarefa difícil. Mas sabe bem, sabe sempre bem e mais difícil ainda que ver o filme é ir embora e por isso sessões como esta duram tardes, noites inteiras...
Chuvinha, sabe bem vê-la cair daqui, e recordar-me do tudo de bom que ela evoca: o cheiro a terra molhada, aquela tarde na praia, o chá entre amigas...Eu que pensava odia-la, afinal não só gosto como sentia já a sua falta. E hoje, ao acordar, foi imediato o sorriso que esbocei inconsciente no meu rosto quando à janela vi cair gotas frescas que se aderiam em fila ao cordão do estendal antes de caírem gordas no chão, nas poças enlameadas, mesmo a apetecer chapinhar em cima delas com galochas, chapéu de chuva às bolinhas e gabardina a condizer...


...Sê bem vinda!
Apurar os sentidos é preciso :


Visão
Big Fish do realizador Tim Burton

Audição
Feist – Let it die

Paladar
Paladar Zen, restaurante vegetariano em Lisboa, ainda não fui mas a critica é simpática

Tacto

Os cremes e os géis de banho da Dosha, são um mimo à pele

Olfacto

Banho de espuma Maçã e Canela da Body Shop, maravilhoso...;)
Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim, olhar pra mim, escutar quem sou... Isso ao menos tudo fosse igual a ti...
Eu sei o que é sentir o teu amor, eu sei o que é sentir...e é tão fácil de entender

É o amor .




Adaptado : the Gift- Fácil de Entender
Lisboa outra e outra vez


Sentada, de pés descalços sobre o banco do carro onde há uma hora e meia viajo ansiosa pela chegada, perco-me na paisagem que incessantemente corre lá fora sobre o tapete de alcatrão cinzento. É bom estar de volta e ver ao longe as luzes da minha cidade. Tinha saudades Dela, de a ver assim, bela adormecida sobre o rio, de vestido escuro noite estrelada e cigarrilha a esfumaçar-se em nevoeiro por entre as 7 colinas...
E os ferris ! daqui não os vejo, mas imagino-os ligeiros sobre as águas que a madrugada acalma. Também tenho saudades deles, do último que parte do cais a flutuar sobre a noite com a brisa a arrepiar a alma e a pele de quem nele viaja apaixonado...Daqui não vejo os ferris, mas vejo a Ponte brilhar cintilante, qual constelação estendida entre margens...É impossível não gostar Dela, mas eu sou suspeita, vejo-a para além da cidade: vejo os passos nas calçadas, os livros nas livrarias, o vinil em segunda mão tocar embriagado num gira-discos à janela, o cheiro do chá que ficou por beber naquela noite, e oiço os trovadores pelas ruas, a cantar canções que poucos entendem , é pra eles que as cantam em banda sonora boémia de uma curta metragem, tão curta quanto a noite que passa a correr até o ultimo ferri chegar outra vez...Na minha cidade tudo é luz, magia e paixão e tudo me lembra de ti !


24/08/05- Escrito em viagem
Eu já volto...

Pois é, depois do Sudoeste, Montargil...vou-me ausentar novamente desta vez para a minha amável casinha de campo perto da barragem de Montargil. Uma vez mais a mala está feita à porta de casa à minha espera, à espera que pegue nela e a leve comigo para a voltar a encher de recordações...Não me vou alongar mais, tenho a Mãe aos berros “Andreia Sofia despacha-te”, só queria deixar-vos noticias de para onde vai a Cúmplice para que não pensassem que vos abandonei. Na minha ausência, vejam se me surpreendem...o blog está à disposição ;)

PS (mais de agenda cultural): Entretanto aproveitem os concertos do centro comercial Vasco da Gama que tem um cartaz interessante.
Ontem foi Mario Laginha e foste, perdão, foi maravilhoso...
Estar de volta...


Olho para o chão e a mochila ainda lá está intacta. Como eu, até ela parece ter um aspecto cansado: por fora repleta de pó e ervas da Herdade da Casa Branca; por dentro, a carregar quatro dias de recordações que me vão ficar para sempre marcadas na “alma e na pele”. Como uma despedida, desfazer a mochila deixa-me nostálgica, encontrar por lá espalhados vestígios do que foram estes últimos dias e ter de os arrumar na memória; encontrar vestígios de ti por entre a areia fina da praia “do costume” onde nos espojamos todas as tardes de olhos fechados a receber do sol a energia que a noite nos roubava e até a escova de dentes que usavas para esfregar o sorriso que eu tanto adoro...deixam-me imediatamente com saudades.
Esta noite dormi como há muito não o fazia, confortavelmente aninhada à almofada que a custo tento imaginar que és tu...mas ela não tem mãos que eu possa agarrar contra o meu peito, nem me fala ao ouvido com um timbre que me embriaga e embala enquanto adormeço. Dormi como há muito não o fazia mas acordei exactamente à hora que na Herdade da Casa Branca já se tornara habitual: quando o sol começava a aquecer e nas tendas o calor era suficiente para nos arrancar dos sacos cama, para me arrancar de ao pé de ti e para acordar o “porco ressonador” do acampamento vizinho que se silenciava com o amanhecer e os “índios” (parecia o circo do futuro mas sem cabras da Malásia -private joke) que voltavam a gritar em sinal de alvorada. Foi uma rotina que rapidamente se entranhou nos nossos corpos que resistência nenhuma lhe fizeram, a não ser aquando do banho gelado... Entranhou-se de tal maneira que agora, ao sentar-me na cadeira do computador, que há dias parecia ter a minha forma, estranho, bem como a todos esses luxos citadinos dos quais enquanto lá estive nem falta senti...mas quem precisa de televisão quando se tem o “lusco-fusco” =Þ ,quem precisa de rádio quando a musica circula pelo ar em concertos simultâneos , quem precisa de computador quando a companhia é a ideal?...
Agenda Cultural :


Meus queridos, se numa destas noites de verão não tiverem que fazer, aproveitem os concertos que o Casino Estoril oferece no palco Du Arte Garden que se realizam até fins de setembro. Rui Veloso e Pedro Abrunhosa já foram, este ultimo pude ver e foi óptimo ;), mas ainda vão actuar a Mafalda Veiga, Jorge Palma, the Gift entre outros.

Mais informações Aqui


A cúmplice a tornar menos aborrecidos os vossos serões “,
Há coisas que nunca mudam...


Entro pela porta do restaurante, atrasada o suficiente para ninguém sequer prever o momento da minha chegada (sempre gostei de entradas triunfais), e por momentos paro antes de ser vista e olho-os a todos ao longe: estão mais velhos (assim como eu devo estar) , afinal passou-se um ano e alguns meses desde a ultima vez que os vi...o Luís quase sem cabelo, a Mónica toda embonecada, a Covas que, pelas minhas contas, deve ir na milésima cor e corte de cabelo, os professores...também tinha saudades deles. Até que alguém me vê e grita - “Andreia!” - pelo que disparo em câmara lenta na direcção do emaranhado de braços que se estendem na minha direcção. É a minha turma, a única que tive, que foi família e guarida vezes sem conta, e continua a ser...Esta é a minha visão meio poética das coisas, porque nem sempre foi assim, momentos maus também houveram mas, não são os bons que fazem a diferença? E esses foram realmente memoráveis. Recordo-os com saudade, desde a Paris que visitamos incrédulos, aos intervalos musicais tocados pelo Tiago e pelo Almeida...
Passada a emoção inicial, típica dos reencontros, saltito de cadeira em cadeira, faço questão de um tratamento personalizado, dou um beijinho a cada um porque gosto que sintam a genuinidade no meu olhar e no meu “Está tudo bem contigo”. Estou em casa! É assim que me sinto e há coisas que nunca mudam: o abraço do Luís sim, não mudou nem um bocadinho, estás mais alto só isso, e o queixo que punhas sobre a minha cabeça já fica uns centímetros acima do que era habitual; o Tiago, tinha saudades da tua voz vê lá, e nem te ouvi cantar desta vez, mas vi o teu sorriso e continua radiante como sempre; a professora Margarida e a professora Fernanda, tão adoráveis, “As minhas queridas professoras” nunca eide ser capaz de deixar de as tratar assim; a Carina, como eu gosto de ti miúda, eu sei que sabes disso e também continuas igual, tímida mas com uma energia interior inexplicável (estás-me a dever uma saída) e...peço desculpa por não vos enumerar a todos seria uma bíblia de lamechices e tenho a certeza que sabem o que significam para mim.
Fica a saudade, porque ela é eterna, bem como são os momentos que passamos juntos.

Com muita amizade*
Nem de propósito...


Meu Amor...


...dizes-me assim devagar, baixinho ao ouvido enquanto deliciosamente enrolas a língua e deslizas por mim a fora numa ansiedade infantil que o teu olhar não esconde, não a mim que te conheço desde sempre, desde o meu sonho, esse em que te sonhei perfeito, completo, igual ao que és, ao que eu sou, lembras-te? Eu sei que sim, também sonhavas comigo, e oferecias-me “Beijos” em forma de dedal, e comíamos gelado ao lanche, ao pequeno almoço e ficávamos horas a dizer o tudo e o nada que só nós compreendemos. Eu sonhava com o teu sorriso, sonhava que era do tamanho da lua e nunca pensei que fosse tão grande...Agora, brilhante astronauta que me tornei, trepo por ti acima com uma facilidade a desafiar a gravidade, a desafiar os teus braços enquanto me “acerco a ti” e te envolvo entre as minhas pernas com a pouca força que me resta...

"Ay,
abrázame esta noche
aunque no tengas ganas
...acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos."

Rodrigo leão-Pasion

Another tip for the future :


"Understand that friends come and go, but with the precious few you should hold on. "
Baz Luhrman- Sunscreen


Tenho bons amigos, a maior parte distantes no tempo e no espaço, e é engraçado como mesmo assim o sentimento se mantém, bem como a certeza de que entre nós, há qualquer coisa genuína que faz com que cumplicidade nunca se perca pela distancia, mesmo passados dias, meses, anos...
Lembro-me de, na escola primária, escrever uma composição sobre “O que é ser amigo?” que entre outras coisas dizia:

Ser amigo é:
- Fazer sorrir;
- Deixar chorar;
- Estar presente nos maus momentos;
- Partilhar os bons;
- Ouvir ;
- Ser ouvido;
- Gostar por gostar...

E com 9 anos resumi a amizade em poucas linhas como gente crescida. Nessa altura, bastava jogar ao berlinde, ou trocar de bonecas para se ser “Os melhores amigos”. Mas já nesse tempo era exigente: emprestava a minha melhor boneca na esperança que fizessem o mesmo comigo, e não interessava se era mais velha ou mais feia que a minha, desde que fosse a melhor...ainda hoje sou assim, entrego-me no melhor que sei e espero o mesmo , nem mais nem menos...E por essa razão fico triste quando tal não acontecesse, quando sou apenas eu a dar , fico triste mas não tenho pena, porque amizades fúteis e inconsistentes “Não, obrigada”
*.



Pontual, como sempre, vejo-te chegar da janela. Contrariamente ao que me é característico despacho-me antes da hora só para ter ver chegar, e atraso-me, atraso-me de propósito quando consigo conter a ansiedade, 5 minutos, o ideal seriam 10 mas no meu relógio biológico os 5 min são uma eternidade medida pelo o som do ponteiro a cada minuto que passa. Desço as escadas devagar, saboreio a cada passo o doce nervosismo que ainda hoje me arrepia a pele segundos, minutos, e as vezes horas antes de ir ter contigo. Abro a pesada porta do carro, sento-me ao teu lado e sim...o mundo pára. “Nunca damos dois beijos porque é um cliché parvo, mas tiras-me o ar” e a partir desse momento é Outono no teu carro e onde quer que estejamos, e as folhas estalam debaixo dos meus e teus, dos nossos pés, e a chuvinha cai sobre nós...
Detesto o regresso a casa, bem como a avenida que percorremos a 20 à hora mas o Ben Harper, o Jack Johnson e o teu ombro tornam tudo menos difícil, e até agradável de suportar. Deixas-me à porta de casa, para ti é bem mais cómodo, só tens de me ver partir , mas cabe-me a mim abrir e pior, fechar a pesada porta do carro, e não são as forças que me faltam...Subo as escadas, mais devagar ainda do que quando as desci e desta vez é a saudade imediata que saboreio e que me conduz à cama num flutuar reconfortante que me adormece calma e serena junto à tua, à minha, à nossa lembrança.
“Há uma energia ética nos funerais . Um desespero pelo bem que lança pó de estrelas no olhos e apaga os pequenos ressentimentos quotidianos. Amanhã voltaremos a invejar-nos uns aos outros. A maldizer o próximo pela calada. A trair grandes amigos em pequenos cafés de negócios . A ser bonzinhos só de vez em quando. Mas amanha não estarás cá tu para gritam que esse “de vez em quando” é que importa. Amanhã não estarás cá tu para limpar o pó à humanidade e persistir na cintilação das almas”

in Fazes-me Falta , Inês Pedrosa


Dou comigo a pensar neste excerto vezes sem conta e só consigo ver verdade nas palavras...Já tinham pensado nisto? Em como os funerais nos apagam do mundo e por momentos nos fazem pensar em como a vida deve ser preservada e saboreada da melhor maneira? Em alturas como esta pergunto-me porque insistimos em dar importância a mediocridades tais como preconceitos, sentimentos de superioridade , todo esse lote enorme de desculpas estúpidas para não vivermos em paz ...porque é que insistimos em não sermos felizes?

Só me consigo lembrar das palavras do grande Bob Marley “Let's get together and feel all right”
- Acho que o verão não é das estações mais propicias ao romance...
- É sim, todas as estações o são.
- Todas têm o seu encanto não é?
- É querido.
- Eu gosto do Outono...

- Eu gosto de ti.

E nós também ",

Só para desejar as Boas Vindas à minha mais que tudo americana , a BaywatchAlgarve . Espero que tenhas feito boa viagem, que as 12 horas na Inglaterra tenham passado depressa e que tenhas trazido a minha carta no bolso [e o Beckham também não era mal pensado ;)] . Se passares por aqui avisa, eu também estou à tua espera*


Queria dançar assim...


"O Tango, muito mais que uma forma músical, ou uma forma
estética de movimento, é uma forma de vida.
Vive-se, respira-se e comunica-se."


Lisboa não existe:

Texto retirado de um mapa na minha mais recente incursão a Lisboa.
Uma quase magia...


Apaixonei-me incondicionalmente, desde pequena, pelas letras, pelas palavras, por esse mundo vasto e imprevisível que é a leitura.
Fada Oriana, Menina do Mar, a Floresta comecei por vaguear-me pelas histórias da Sophia de Mello Breyner oferecidas pela minha Mãe quando mal ainda juntava as palavras dos cartazes publicitários e lhe perguntava “Mãe, no cartaz diz...” ao que ela orgulhosa respondia “Sim querida, estás a fazer progressos” . Depois vieram as histórias da Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, “Uma aventura no Palácio da Pena” foi a minha preferida. Fiz questão de insistir com os meus pais para que me levassem a Sintra antes de acabar de ler o livro. Mais tarde, veio o meu primeiro livro “a sério” , “Os filhos da droga”, livro um tanto ou quanto chocante para uma rapariguinha de 12 anos que do mundo percebia apenas o que via pelo buraco da fechadura...A partir daí seguiram-se os romances, as histórias de amor como já não há, talhadas a pó de estrela cadente, e as viagens por paragens tão distantes quanto o meu espirito de cada vez que a um livro me rendia.
Este ano não fui à feira do livro, por falta de tempo, não de vontade. Há anos que por lá passo deliciosamente envolvida no emaranhado de gente, livros e intelecto misturados sob a sombra fresca das arvores do parque Eduardo VII. É um prazer passear-me pelas avenidas de bancas carregadas de livros, alguns em segunda mão (são as minhas favoritas), livros que já ninguém lê, que alguém leu um dia, todos sem excepção marcados pelas dedadas amarelecidas e o característico cheiro a mofo e lagrimas...Esses livros são especiais, mais do que os outros, contam histórias para além daquelas que as palavras alcançam...ponho-me a pensar quantos desses livros não foram já motivo de histórias reais, das pessoas a quem pertenceram outrora....Ok eu sei, deixo-me envolver demais por estas coisas, “ São só livros” dizia-me alguém no outro dia, como se SÒ isso bastasse para me mover da convicção de que a leitura é bem mais do que um passatempo...

One tip for the future :

"Whatever you do don't congratulate yourself too much or berate yourself either. "


PS: Para ouvir a música basta clicar no link. Tentei encontrar o vídeo mas não tive sucesso, se o encontrarem avisem-me. E já agora, leiam a letra porque vale a pena.
Star WarsMania

Descubram que personagem de Star Wars vocês são.
Eu cá sou...

Roubei este quiz ali ao amigo Organismo . Queria ser a Padmé mas , das duas vezes que fiz saiu-me sempre o luke skywalker...não faz mal, também gosto dele.

Tu, amiga...

Prelucida de pele morena
Navegas em sonhos sem fim
De olhar profundo e rasgado
Chegaste até aqui enfim.

Uma alma sem resguardo
As lágrimas pulsam-te de dentro
Liberta o teu coração
Não o prendas no teu centro.

Tens o mundo na tua mão
Uma caneta de palavras optativa
E com as tuas letras
Embriagas tudo de forma imaginativa.

Tu, amiga...
Que te tornaste?
Tenho saudades...

Da tua pessoa
Mas desta de agora
Que em mim soa
E ainda nem a conheço.

Sara Gomes




Desfaço-me em saudade quando “te leio”...Vêem-me à memória os fins de tarde que começavam no miradouro de Almada, de partida para os cacilheiros e terminavam Lisboa fora...Eu, tu e a Margarida, quais Femmes fatales. Passeavamo-nos exuberantes chiado acima, entrando e saindo em qualquer loja que nos despertasse interesse, rindo e experimento tudo o que de mais esquisito encontrássemos pendurado nos cabides. As livrarias não eram excepção, páginas e páginas de amor e cumplicidade que deixamos esborratadas pelas estantes envelhecidas...- “O Cheiro dos livros é um afrodisíaco à leitura”- segredei para mim numa dessas romarias.
Eram fins de tarde memoráveis que não acabavam sem o nosso aromático chá e sem os chocolates que saboreávamos secretamente num ritual singular que passava despercebido entre o cheiro a nicotina, o perfume adocicado das ervas e as alongadas conversas sobre tudo e sobre nada, conversas altamente terapêuticas sem as quais dificilmente sobreviveríamos “lá fora”. Era bom esse tempo que sobrava e que soubemos aproveitar ao máximo...agora todo o tempo é pouco quando a saudade é infinita...
Se mudei? Provavelmente, mas nenhuma mudança terá sido tão acentuada que abale o quanto tu/ vocês me conhecem...“eu estou aqui” e estarei sempre para ti, para vocês minhas Queridas.*
Agenda Cultural


No dia 20 de Abril, estreou no Clube Estefânia em Lisboa a peça de teatro “POR UMA NOITE” de Pedro Neschling.
O elenco é composto por Margarida Vila-Nova, Graciano Dias e Diogo Dias, e (agora vem a melhor parte) é baseada no filme de Richard Linklater, Before Sunrise, que conta a história romântica de dois jovens que se conhecem num comboio.
Mais não conto até porque ainda não a vi mas faço tenções =Þ.

Mais informações : Lisboa Cultural
Próximas Aquisições:



Que me dizem?
"Cheira a terra molhada"
...e à chuva já só fico eu...

Quando tudo era paz, e as nossas vozes ecoavam límpidas lá, no pequeno vale que durante muito tempo foi apenas nosso, o que eu imaginava do Mundo, do futuro estava longe da realidade que a distancia impôs entre nós...
Naquela altura, não havia maldade, não havia tempo, havia uma casa onde nunca existiu tristeza e a nossa alegria contagiava os demais que por ali deambulavam deliciados com as travessuras constantes.
Adorava-mos vestir roupas iguais, trocávamos imensas vezes de fita, de bonecas e depois de já termos ouvido do Pai, saíamos para a rua de mãos dadas com tanta força, como se a adivinhar que um dia nos iriam separar assim...
Lembro-me do teu cabelo, era loiro (e como eu te invejava por isso) , da tua voz, dos traços delicadamente desenhados no rosto que ainda hoje , em horas mortas, quando me afogo em nostalgia imagino tal e qual, com a mesma ingenuidade infantil que o tempo nos tirou. E como era bom não ligar ao que Pai dizia...tantas foram as vezes em que, lá na terra, fugíamos para a chuva, descalças, dançando e esbracejando sobre a areia molhada, acabando por sujar os nossos maravilhosos vestidos. Quando mexias os lábios e dizias baixinho - “Cheira a terra molhada” - sabia imediatamente que a próxima coisa a fazer era descalçar os sapatos e correr para a porta da rua antes que alguém nos visse...
Depois vieram os adultos...O tempo fluiu sem nós, o Eu e Tu ficaram perdidos, espalhados pelos retratos que, hoje são para mim viagens preciosas mas mais do que isso, uma forma de me manter perto de ti, de Nós...*


PS: Obrigada (...e também chorei)
Hummm, sabe tão bem...



Vi hoje da minha janela a Primavera acenar-me ao longe. Sorri-lhe, e de cabeça erguida inalei da sua brisa o melífluo crepúsculo que agora se fragmenta em réstias de uma agradável nostalgia e embate nas vidraças, todos os dias pintado-as em tons dourados do que ao longe se assemelha a reflexos de uma tela rabiscada por Monet...
Empoleirei-me na janela e ali fiquei deliciada, a receber desse fim de tarde o convite antecipado da noite que surgiu com o desvanecer do horizonte...

Não, eu não quero ser Só mais uma...


Ansiedade, sono, livros, canetas roídas, cansaço, muito cansaço e o tempo que corre alienado a dilacerar os dias cada vez mais curtos e preenchidos. No topo, o receio, o sempre inconveniente medo que obstina e teima em não largar os pensamentos. Medo do futuro próximo e principalmente a longo prazo. Recuso-me a ser uma frustada, e muito menos uma acomodada a uma rotina, um emprego que não me satisfazem...e pensar que há tanta gente assim, disposta a abdicar dos seus sonhos por uma realização aparente iludida com falsas convicções resultantes de uma qualquer impossibilidade que surgiu no caminho...Não os culpo, a vida ás vezes “força-nos” a seguir caminhos que não aqueles que pensámos mas, ainda assim há sempre uma força que resiste a todas as pressões exteriores e mantém o vivo o Sonho...



PS: O sacrifício dos exames está a começar, desejem-me sorte =)

Deixem-me dormir! Enquanto durmo não penso, sonho.
Pensar é falar baixinho com a alma...mas a minha traiu, ludibriou meus sentidos que agora jazem ambíguos no corpo que a custo tenta sobreviver atrelado a tão vil traidora...Quem dera esqueça-la, e com ela a incapacidade de apreender o Mundo, simples e inocentemente sem pensar sobre o repensado...





"Por meu ser me afundo,
Pra longe da vista
Durmo o incerto mundo. "

Fernando Pessoa
Centros Comerciais

Almada fórun, Colombo, Vasco da Gama...
É um disparate a quantidade de centros comerciais que existem hoje e que , alimentados pelo consumismo , continuam a brotar como cogumelos...
Havia tanta coisa para se fazer nesses espaços, desde jardins a parques temáticos etc. Mas pelos vistos é bem mais divertido andar de escada em escada rolante, qual montanha russa...E quando alguém está deprimido o que faz? vai ás compras, porque gastar o pouco dinheiro dos ( por definição ) míseros ordenados portugueses fazendo-o esticar ao máximo é realmente uma aventura, diria mais uma missão quase impossível...
E aos fim de semana é vê-los na auto-estrada em romaria para o Centro comercial : “Onde é que vais hoje?”, “Passear ao Centro comercial”- Passear? O que haverá de tão belo num centro comercial que mereça ser apreciado? Ah as montras, lá está a missão impossível desta vez na fase da contemplação. Até imagino os seus pensamentos “Quando receber o subsidio de natal vou comprar aquilo e mais aquilo”...
Não que uma ida a um parque temático esteja isenta de dispêndio de dinheiro mas, em vez de escadas rolantes, montras e caixas registradoras, teríamos montanhas russas, casas de espelhos, carrosséis...parece que se esqueceram de como é bom andar de carrossel.
Não me vou alongar mais, já deixei claro o meu ponto de vista. Dos centros comerciais apenas reconheço o seu caracter prático ( e os cinemas ), quando por exemplo há uma festa de aniversario de ultima hora e há que comprar uma prendinha...mas até nisso os centros comerciais são prejudiciais, desta feita para a imaginação. Já lá vai o tempo em que, quando alguém fazia anos se oferecia algo feito pela própria pessoa, agora é muito mais simples, o centro comercial é já ali, uma loja qualquer e está feito...


Da próxima vez que forem a um centro comercial pensem duas vezes, há tantos lugares por visitar, tanta coisa para ser vista, uma peça de teatro, um museu etc...
A bela da piadinha eleitoral


Santana Lopes (SL) morre e apresenta-se às portas do Céu.

SL - Eu sou católico e mereço ficar aqui, se Deus quiser.
S.Pedro - Nós temos as nossas regras, somos democráticos e as pessoas devem escolher depois de conhecer os factos. O sr. vai para o Inferno, passa lá um dia e depois volta a fazer o mesmo no Céu antes de escolher onde pretende ficar.
SL pega o elevador para o Inferno e a porta abre-se para um belo jardim, cheio de mulheres bonitas e muitos dos seus amigos políticos. Depois de muitos abraços e cumprimentos, é levado a um magnífico jantar, uma discoteca e acaba a noite nos braços de uma bela mulher. Na manhã seguinte, sobe de elevador para o Céu e é levado para o seu poiso numa nuvem e passa o dia a tocar harpa.
S. Pedro - Já fez a sua escolha?
SL - Lamento muito, mas lá na Terra os padres enganaram-me. Não tenho dúvidas que se está muito melhor no Inferno e é essa a minha escolha. Volta a descer no elevador e desta vez depara-se com um terreno inóspito, cheio de calor e todos os seus amigos a carregarem sacos cheios de lixo podre e com um ar abatido.
SL- Então sr Diabo? O que se passa? Como é que isto mudou de ontem para hoje?
Diabo - Ontem estavamos em campanha eleitoral e hoje já votaste!


Não resisti cof cof lol*
Arrumações


Estava deitada na cama quando, de olhar ensonado reparei nalgumas gavetas que derepente imergiram do panorama azul do meu quarto. Há muito que não reparava nelas, na verdade já não me lembrava sequer da sua existência...
Ajoelhei-me de modo a abrir novamente as gavetas que da ultima vez me davam pela cintura - “Como eu cresci...” - e a realidade é que só agora me apercebo da velocidade com que isso aconteceu...provavelmente com a rapidez (ou lentidão) com que se deixaram de abrir estas gavetas, numa proporção inversa na qual a constante não é nenhuma a não ser a espessa camada de pó acumulado...
(É sempre uma viagem, e são sempre inesperadas as recordações que uma gaveta abandonada pode trazer. )
No seu interior, lápis de cor, revistas antigas (a rua sesamo), diários, desenhos infantis como a “A historia da sereia Sofia” em banda desenhada by Andreia, Ilustrada e rabiscada (lol). Fez-me lembrar daquele tempo em que o meu pai parecia ser o Super Homem, capaz de tudo proteger, e a minha Mãe, a fada madrinha com a solução para todos os meus problemas. Foi duro, aperceber-me de que os meus pais não passavam de seres humanos exactamente iguais a mim, com defeitos, qualidades e a argamassa comum a qualquer um de nós...mas eu não sou igual a eles, nem igual ao que eles sonharam que eu fosse mas estou aqui...Como esta, foram muitas as descobertas e consequentes desilusões que a infância deixou para traz quando a adolescência chegou... Mas fico-me por aqui =Þ


PS: O dia dos namorados já passou “uff”. Que me desculpem os namorados mas detesto este dia...dias especiais só aqueles que nos pertencem somente.
Enquanto esperava por ele...

Há 20 minutos que esperava sentada no banco frio da estação. Comboios chegavam e partiam de minuto a minuto ao soar de uma voz repetitiva e enfadonha enquanto que por mim, passavam gentes apressadas, cada uma com a sua história, com a sua vida e o seu pensamento (por momentos, adoraria ouvi-las pensar) .
Voz, comboio, gente, voz, comboio, gente, aquele movimento cíclico deixava-me tonta, como que hipnotizada e rapidamente senti-me desvanecer consciente e inconsciente a dentro em plena sinapse activa dos neurónios que a cada milésimo de segundo me faziam recuar num tempo que a memória recalcou e raras vezes deixa lembrar...Um tempo diferente no mesmo cenário, já estivera ali antes, naquele banco esperando por outro alguém que ficou para traz, do qual “lembrar-me-ei sempre do nome completo, da rua onde morava do número de telefone e outras coisas irrelevantes... Mas será apenas isso, mais um nome, um nome que me fará procurar sempre que o ouça na rua; uma data de aniversário, um dia em que pensarei nele, não porque ainda exista qualquer sentimento...” mas porque é sempre assim...
A memória tem destas coisas, transporta-nos para qualquer lado no espaço e no tempo à hora que quisermos (e não quisermos). E com a mesma facilidade que relembra, esquece novamente dando lugar ao presente e ao futuro .
Estivera naquele estado de consciência uns 10 minutos, a voz surgia novamente, ia-se aproximando bem como os passos apressados e o som dos comboios.
“O passado é um lugar estranho”, aqui é mais seguro...
Olhei lá para fora, ele tinha chegado enfim...*
Até que enfim ...

Parece que no dia 14 de fevereiro (curiosamente dia dos namorados ) se vai realizar uma reunião que tem como tema “A questão do uso do preservativo como meio de combate à propagação da sida” a ser discutido pelos bispos portugueses.

Por muito que me custe dize-lo, foi um bom exemplo de Espanha ter tomado a tímida iniciativa, pela voz do porta-voz e secretário-geral da Conferência Episcopal espanhola Juan António Camino, de defender o uso do preservativo “ numa prevenção integral e global da sida” . Contudo , Espanha já deu o dito por não dito (acredito que por receio das reacções do Vaticano) . Ainda assim uma boa iniciativa...

Já estava na altura da Igreja mostrar alguma adaptação à modernidade...”Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”...ou então as vontades sempre foram as mesmas, talvez fossem mais retraídas ;)
Rotina Matinal

É manhã, pelas frechas da persiana semi-fechada penetram fragmentos empoeirados de uma afável luz que se dispersa nas paredes do quarto ainda adormecido...É o frágil sol deste inverno que brilha lá fora, ténue sobre a madrugada, cada vez mais apressado adivinhando uma Primavera amena e doce como deve ser...
Ainda na cama, revejo mentalmente a minha agenda diária (que a esta altura, é tudo menos interessante).
Num pulo, saio da cama e a medo ponho os pés no chão sentindo cada milímetro de pavimento gélido enquanto percorro a casa, tropeçando em tudo o que de anormal se encontrar no meu caminho.
- “Vou tomar banho” - Ligo a música, pego nas velas, incenso a queimar, espuma e o banho está pronto. Num ápice ( bem mais rápido do que gostaria) o banho está tomado, a roupa vestida, e de maça numa mão, estico a outra abrindo porta ao mesmo tempo que, a pleno pulmões respiro fundo -”Se isto fosse no campo sabia bem melhor”...
A rua acorda agora também, os reflexos do sol espelham-se na estrada num jogo de luz tão belo que, quase por segundos consigo ouvir o Rui Veloso no meu ouvido “Como é tão bonita esta avenida” ( Já estou como a Ally Mcbeal a ouvir musicas na minha cabeça ).
De sorriso nos lábios ( e musica na cabeça ) sigo estrada fora com a certeza de que vai ser um agradável dia de sol*
“ E se...”


Possuíssemos a capacidade de alterar o passado?

A todos já nos passou pela cabeça mudar algo no nosso passado. Mas a impossibilidade de concretizar esse devaneio, evitou sempre que pensássemos nas consequências que tal acontecimento poderia desencadear. Mudar o antes é mudar o depois, ou seja, o agora. E isso pode significar abdicar talvez das melhores metas alcançadas no nosso processo de desenvolvimento.
É sobre esta inquietante dúvida que gira o filme “Efeito Borboleta” ( vi há uns dias) cujo o nome se baseia na teoria do caos. Segundo esta teoria, pequenas diferenças nas condições iniciais de um sistema podem conduzir a diferenças bastante significativas no resultado final. Aplicando ao filme e à vida quotidiana, pequenos actos num determinado momento da vida, futuramente poderão dar origem a grandes alterações...
Evan, a personagem principal apercebe-se de que tem o poder de alterar momentos do seu passado, mais tarde descobre também que cada alteração provoca consequências imprevisíveis no seu futuro e no daqueles que partilharam o seu passado.
É um filme interessante repleto de feedbacks e que nos remete inclusive a fazer os nossos próprios feedbacks conferindo-lhes a mesma dúvida “E se” . È a inquietação lançada por esta dúvida que fica a retinir naquela parte do nosso cérebro que ainda sonha e que depois de ver este filme continua a pensar...com a diferença de que a nós só resta a visualização do filme passado da vida , apenas com a possibilidade de intervenção num futuro ainda alheio.

Apesar de me ter chocado um pouco, gostei e aconselho...*




“Devíamos olhar mais para o céu...talvez assim nos déssemos conta daquilo que realmente somos”





Fiquei alguns minutos a pensar nesta verdade tão simples e obvia proferida hoje pelo o meu professor de biologia...
Paris em 24 Horas

6 da manha, arredores de paris:

O despertador disparou - “Bonjour, toujours à Paris risque de précipitation en début de matinée” - Um locutor, de voz abafada informava o estado do tempo…
Abri os olhos, a escassa claridade da madrugada irrompia quarto a dentro num “bom dia” inesperado . Um pé fora dos pesados cobertores e o dia começava .
Pequeno almoço : Croassant au chocolat avec du lait - “Típico”- pensei . Gorro, luvas e cachecol, a “armadura” está pronta e - “Ala rua que se faz tarde”.
Abaixo do chão, já o frenético movimento da cidade acordara há muito: rostos estranhos, cheiros diferentes, uma língua familiar.
- “O metro chegou”- Imagens de uma nova cidade deslizavam rapidamente pelo ecrã estático da janela da carruagem -“Parece um filme”, “mas não é, nous sommes à Paris mes amis!!”.
Primeira paragem :
Torre Eiffel. De cabeça erguida ao máximo, olhava para aquele mostro em aço que se erguia à minha frente “humm bem mais pequena do que imaginará”. Ao lado, o Sena quase transbordava, estava um dia enevoado a prometer chuva julgando pelo o locutor da manhã...Foi pensar e acontecer, depressa uma chuva miudinha disparou em flecha sobre nós...
Uma breve corrida, e apresentasse-nos o
Museu Rodin, a bela casa que abriga as obras do francês que redefiniu a escultura, August Rodin (1840-1917). Ao entrar, o característico cheiro a museu invadia-nos as narinas, alguns passos e o olhar prendeu-se nas magnificas esculturas que ali se mantêm encerrando uma espécie de vida imóvel : As mãos de deus, o Beijo, o Pensador, A Catedral...- “ Como são belas e indescritíveis”.
Terminada a visita, passe na mão - “Le metro não espera” - e uma vez mais a viagem recomeça: Arc de Triomphe ,
Notre Dame, Sacré Coeur , Pompidou ,Moulin Rouge (e a famosa rua onde está situado), Versalhes, Louvre, uma paragem nas Galeries Lafayette para recolher souvenirs pour la famillee e a noite acaba no Hard Rock. Tempo ainda para comprar uma T-Shirt e travar conhecimento com mais um dos inúmeros emigrantes portugueses que na rua nos interpelavam com o brilho da saudade no olhar. De Regresso a casa, no ultimo comboio para a cidade universitária, cruzamos olhares cansados, enquanto lá fora tocava apenas uma musica que jamais esquecerei e da qual me lembro com nostalgia e saudade daquela cidade fria, estranhamente acolhedora, de luzes intermitentes, passeios cintilantes e arvores geometricamente cortadas sobre as amplas avenidas onde o glamour se entende lado a lado com a arte e a cultura...




PS: A viagem foi verídica mas demorou mais 6 dias ;) *



Trechos: Um convite à leitura


Quantos dias demorarei a esquecer o teu rosto? Lembro-te a cada minuto. Parcela a Parcela, para não te perder. Para me perder inteiro nesse objecto móvel que tu foste"

Página 32

Fazes-me Falta, Inês Pedrosa

Porque " “Ler é um acto de prazer

"A Amizade é um amor que nunca morre"


A amizade, os amigos, pergunto-me muitas vezes se tais existiram...ou pelo o menos se serão tão verdadeiros quanto pensamos...É obvio que existem, e que fazem parte das nossas vidas mas é triste constatar que por muitos “amigos” que façamos, poucos são os que perduram e dos quais podemos falar sem réstia alguma de desilusão no olhar...porque a amizade é isso mesmo, um lugar estranho onde só vingam a cumplicidade e o sentimento puro de quem gosta sem hesitação...talvez eu não seja o melhor exemplo de “amiga”, talvez apenas o seja para quem o é para mim também...É uma troca de sentimentos que só resulta quando é mutua e sem imcompreenões desnecessárias...E quando resulta, é maravilhosa a ( mais uma vez ) cumplicidade que se gera entre as pessoas...Exemplo disso foram os maravilhosos dias que passei na Ericeira com amigos na passagem de ano.

Leiam o post ( 6/12/04 ) no the contents of my head acerca do assunto.