Síndrome de domingo á tarde

Começa a sentir-se a meados de Setembro quando o frio teima em se aconchegar nos dedos dos pés, desenvolve-se numa estranha necessidade de vestir um pijama durante o dia e culmina na adopção de estranhos hábitos Invernais, como: transporte da manta mohair do quarto para o sofá da sala ou desejo passional por chá quente...E a julgar pela o arrefecer precose da ponta do nariz assim que o sol se põe, este ano é bem provavel manifestar-se mais cedo que o habitual.

"...é só quando conseguem aceitar a responsabilidade do todo que podem alcançar o poder de mudar uma parte"
Neale Donald Walsh, in Conversas com Deus

Uma verdade simples, tão obvia e tão ignorada. Preferimo-nos entranhar na sociedade a Sermos verdadeiramente, a termos nós próprios a experiência de determos todas as opções, de mudar! Se o Mundo está como está, fomos nós que assim o tornámos, fomos nós que sem querer assumir culpas, o deixámos evoluir no sentido da desordem. Porque é bem mais fácil "deixar as coisas andarem" do que tentar mudar algo. Porque preferimos culpabilizar outros a ter a consciência de que, se agimos sobre o mundo, somos tão culpados pelo seu estado quanto os que assim o deixaram quando nós aqui chegámos. Porque pensamos imediatamente que somos one in a million e se os outros não se ralam, porque havemos nós de nós ralar? Não estou com isto a julgar ninguêm, julgo-me apenas a mim que, apesar de partir desta opinião, dou comigo também a ser consumida pela selva urbana em que se "tornou" o Mundo. Pensem vocês, o que fariam, por exemplo, ao encontrar um telemóvel xpto em óptimo estado, ligado e esquecido nalgum lugar?Alguns de nós pensariam em mantê-lo ligado até o respectivo dono ligar a reclama-lo, outros em desligá-lo para que o dono se desse conta de que nunca mais o veria na vida. Ou, o que fariam ao encontrar uma nota de 20 euros perdida no chão? Pensem agora que o dono do telemóvel eram vocês ou que o grupo de pessoas a quem possivelmente pertencia a nota eram vossos familiares, concerteza o caso muda de figura. Bastava termos a consciência de que somos todos iguais, de que viemos todos aqui parar com o mesmo propósito original (seja ele qual for), e talvez as coisas fossem diferentes. Mas é difícil abdicar da influência da sociedade no nosso comportamento, das vezes que fomos nós a perder o telemóvel e a perceber que alguêm se aproveitou da situação. É difícil mas não é impossível, e se não os poder vencer, também não me juntarei a eles porque aí sim, seria one in a million...of fucking cavemen and women.