Até que enfim ...

Parece que no dia 14 de fevereiro (curiosamente dia dos namorados ) se vai realizar uma reunião que tem como tema “A questão do uso do preservativo como meio de combate à propagação da sida” a ser discutido pelos bispos portugueses.

Por muito que me custe dize-lo, foi um bom exemplo de Espanha ter tomado a tímida iniciativa, pela voz do porta-voz e secretário-geral da Conferência Episcopal espanhola Juan António Camino, de defender o uso do preservativo “ numa prevenção integral e global da sida” . Contudo , Espanha já deu o dito por não dito (acredito que por receio das reacções do Vaticano) . Ainda assim uma boa iniciativa...

Já estava na altura da Igreja mostrar alguma adaptação à modernidade...”Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”...ou então as vontades sempre foram as mesmas, talvez fossem mais retraídas ;)
Rotina Matinal

É manhã, pelas frechas da persiana semi-fechada penetram fragmentos empoeirados de uma afável luz que se dispersa nas paredes do quarto ainda adormecido...É o frágil sol deste inverno que brilha lá fora, ténue sobre a madrugada, cada vez mais apressado adivinhando uma Primavera amena e doce como deve ser...
Ainda na cama, revejo mentalmente a minha agenda diária (que a esta altura, é tudo menos interessante).
Num pulo, saio da cama e a medo ponho os pés no chão sentindo cada milímetro de pavimento gélido enquanto percorro a casa, tropeçando em tudo o que de anormal se encontrar no meu caminho.
- “Vou tomar banho” - Ligo a música, pego nas velas, incenso a queimar, espuma e o banho está pronto. Num ápice ( bem mais rápido do que gostaria) o banho está tomado, a roupa vestida, e de maça numa mão, estico a outra abrindo porta ao mesmo tempo que, a pleno pulmões respiro fundo -”Se isto fosse no campo sabia bem melhor”...
A rua acorda agora também, os reflexos do sol espelham-se na estrada num jogo de luz tão belo que, quase por segundos consigo ouvir o Rui Veloso no meu ouvido “Como é tão bonita esta avenida” ( Já estou como a Ally Mcbeal a ouvir musicas na minha cabeça ).
De sorriso nos lábios ( e musica na cabeça ) sigo estrada fora com a certeza de que vai ser um agradável dia de sol*
“ E se...”


Possuíssemos a capacidade de alterar o passado?

A todos já nos passou pela cabeça mudar algo no nosso passado. Mas a impossibilidade de concretizar esse devaneio, evitou sempre que pensássemos nas consequências que tal acontecimento poderia desencadear. Mudar o antes é mudar o depois, ou seja, o agora. E isso pode significar abdicar talvez das melhores metas alcançadas no nosso processo de desenvolvimento.
É sobre esta inquietante dúvida que gira o filme “Efeito Borboleta” ( vi há uns dias) cujo o nome se baseia na teoria do caos. Segundo esta teoria, pequenas diferenças nas condições iniciais de um sistema podem conduzir a diferenças bastante significativas no resultado final. Aplicando ao filme e à vida quotidiana, pequenos actos num determinado momento da vida, futuramente poderão dar origem a grandes alterações...
Evan, a personagem principal apercebe-se de que tem o poder de alterar momentos do seu passado, mais tarde descobre também que cada alteração provoca consequências imprevisíveis no seu futuro e no daqueles que partilharam o seu passado.
É um filme interessante repleto de feedbacks e que nos remete inclusive a fazer os nossos próprios feedbacks conferindo-lhes a mesma dúvida “E se” . È a inquietação lançada por esta dúvida que fica a retinir naquela parte do nosso cérebro que ainda sonha e que depois de ver este filme continua a pensar...com a diferença de que a nós só resta a visualização do filme passado da vida , apenas com a possibilidade de intervenção num futuro ainda alheio.

Apesar de me ter chocado um pouco, gostei e aconselho...*




“Devíamos olhar mais para o céu...talvez assim nos déssemos conta daquilo que realmente somos”





Fiquei alguns minutos a pensar nesta verdade tão simples e obvia proferida hoje pelo o meu professor de biologia...
Paris em 24 Horas

6 da manha, arredores de paris:

O despertador disparou - “Bonjour, toujours à Paris risque de précipitation en début de matinée” - Um locutor, de voz abafada informava o estado do tempo…
Abri os olhos, a escassa claridade da madrugada irrompia quarto a dentro num “bom dia” inesperado . Um pé fora dos pesados cobertores e o dia começava .
Pequeno almoço : Croassant au chocolat avec du lait - “Típico”- pensei . Gorro, luvas e cachecol, a “armadura” está pronta e - “Ala rua que se faz tarde”.
Abaixo do chão, já o frenético movimento da cidade acordara há muito: rostos estranhos, cheiros diferentes, uma língua familiar.
- “O metro chegou”- Imagens de uma nova cidade deslizavam rapidamente pelo ecrã estático da janela da carruagem -“Parece um filme”, “mas não é, nous sommes à Paris mes amis!!”.
Primeira paragem :
Torre Eiffel. De cabeça erguida ao máximo, olhava para aquele mostro em aço que se erguia à minha frente “humm bem mais pequena do que imaginará”. Ao lado, o Sena quase transbordava, estava um dia enevoado a prometer chuva julgando pelo o locutor da manhã...Foi pensar e acontecer, depressa uma chuva miudinha disparou em flecha sobre nós...
Uma breve corrida, e apresentasse-nos o
Museu Rodin, a bela casa que abriga as obras do francês que redefiniu a escultura, August Rodin (1840-1917). Ao entrar, o característico cheiro a museu invadia-nos as narinas, alguns passos e o olhar prendeu-se nas magnificas esculturas que ali se mantêm encerrando uma espécie de vida imóvel : As mãos de deus, o Beijo, o Pensador, A Catedral...- “ Como são belas e indescritíveis”.
Terminada a visita, passe na mão - “Le metro não espera” - e uma vez mais a viagem recomeça: Arc de Triomphe ,
Notre Dame, Sacré Coeur , Pompidou ,Moulin Rouge (e a famosa rua onde está situado), Versalhes, Louvre, uma paragem nas Galeries Lafayette para recolher souvenirs pour la famillee e a noite acaba no Hard Rock. Tempo ainda para comprar uma T-Shirt e travar conhecimento com mais um dos inúmeros emigrantes portugueses que na rua nos interpelavam com o brilho da saudade no olhar. De Regresso a casa, no ultimo comboio para a cidade universitária, cruzamos olhares cansados, enquanto lá fora tocava apenas uma musica que jamais esquecerei e da qual me lembro com nostalgia e saudade daquela cidade fria, estranhamente acolhedora, de luzes intermitentes, passeios cintilantes e arvores geometricamente cortadas sobre as amplas avenidas onde o glamour se entende lado a lado com a arte e a cultura...




PS: A viagem foi verídica mas demorou mais 6 dias ;) *



Trechos: Um convite à leitura


Quantos dias demorarei a esquecer o teu rosto? Lembro-te a cada minuto. Parcela a Parcela, para não te perder. Para me perder inteiro nesse objecto móvel que tu foste"

Página 32

Fazes-me Falta, Inês Pedrosa

Porque " “Ler é um acto de prazer

"A Amizade é um amor que nunca morre"


A amizade, os amigos, pergunto-me muitas vezes se tais existiram...ou pelo o menos se serão tão verdadeiros quanto pensamos...É obvio que existem, e que fazem parte das nossas vidas mas é triste constatar que por muitos “amigos” que façamos, poucos são os que perduram e dos quais podemos falar sem réstia alguma de desilusão no olhar...porque a amizade é isso mesmo, um lugar estranho onde só vingam a cumplicidade e o sentimento puro de quem gosta sem hesitação...talvez eu não seja o melhor exemplo de “amiga”, talvez apenas o seja para quem o é para mim também...É uma troca de sentimentos que só resulta quando é mutua e sem imcompreenões desnecessárias...E quando resulta, é maravilhosa a ( mais uma vez ) cumplicidade que se gera entre as pessoas...Exemplo disso foram os maravilhosos dias que passei na Ericeira com amigos na passagem de ano.

Leiam o post ( 6/12/04 ) no the contents of my head acerca do assunto.