Para mais tarde recordar!



Hoje assinei o meu contrato de trabalho. Não queria deixar passar este dia em branco, não queria adormecer sem o escrever, sem descrever o conforto que foi, pela primeira vez sentir que realmente pertenço (profissionalmente) a algum lugar. Hoje senti-me "da casa", senti que visto uma camisola e que depois de tanto tempo e trabalho valeu a pena "afinal vale a pena!" Afinal, a sorte também se faz, mesmo para aqueles que não nascem para a lua. Sem cunhas nem intermediários, eu consegui chegar aqui e, nos dias de hoje, são poucos os que se podem gabar de ter o feito. Eu não precisei, ou melhor, precisei, mas não foi preciso. Corri a atrás, saí para a rua quando os outros ficaram em casa a enviar CV´s pelo correio electrónico, levei com portas na cara, nãos redondos, deram-me (falsas) esperanças. Talvez por isso me recorde quase ao pormenor da tarde em que por acaso, e já num acto de desespero, resolvi subir ao 1º andar do nº 99 da Avenida da República. Era Agosto, a temperatura rondava os 30º e eu saí para a rua logo cedo, de envelope na mão e com uma certeza inesplicável no coração. Sempre acreditei que quando se quer muito uma coisa e se luta por ela com amor, o universo todo conspira em nosso favor. E assim foi nesse dia. O desanimo de já ter entregue alguns CV´s fizeram-me párar, sentei-me num banco na Av. Estados Unidos da América e uma lágrima gorda contornou-me a face. Chorei sozinha, desejei estar acompanhada mas a certeza continuava lá. Enchoguei a cara e lembrei-me que talvez fosse boa ideia ir a uma tal clínica em Entrecampos antes de apanhar o comboio para a minha margem e dar por terminada a minha saga pessoal. Passado uns dias abriu uma vaga e a médica Fisiatra resolveu então chamar apenas os Fisioterapeutas cujos os Curriculos tivessem sido entregues pessoalmente. Hoje, mais do que ter assinado um contrato, sinto-me satisfeita porque faço o que gosto ao ponto de não me deixar estagnar e tentar sempre faze-lo melhor ainda. Que este post sirva de mensagem e dê motivação aos muitos que, como eu, lutam pelos seus sonhos.