Há coisas que nunca mudam...


Entro pela porta do restaurante, atrasada o suficiente para ninguém sequer prever o momento da minha chegada (sempre gostei de entradas triunfais), e por momentos paro antes de ser vista e olho-os a todos ao longe: estão mais velhos (assim como eu devo estar) , afinal passou-se um ano e alguns meses desde a ultima vez que os vi...o Luís quase sem cabelo, a Mónica toda embonecada, a Covas que, pelas minhas contas, deve ir na milésima cor e corte de cabelo, os professores...também tinha saudades deles. Até que alguém me vê e grita - “Andreia!” - pelo que disparo em câmara lenta na direcção do emaranhado de braços que se estendem na minha direcção. É a minha turma, a única que tive, que foi família e guarida vezes sem conta, e continua a ser...Esta é a minha visão meio poética das coisas, porque nem sempre foi assim, momentos maus também houveram mas, não são os bons que fazem a diferença? E esses foram realmente memoráveis. Recordo-os com saudade, desde a Paris que visitamos incrédulos, aos intervalos musicais tocados pelo Tiago e pelo Almeida...
Passada a emoção inicial, típica dos reencontros, saltito de cadeira em cadeira, faço questão de um tratamento personalizado, dou um beijinho a cada um porque gosto que sintam a genuinidade no meu olhar e no meu “Está tudo bem contigo”. Estou em casa! É assim que me sinto e há coisas que nunca mudam: o abraço do Luís sim, não mudou nem um bocadinho, estás mais alto só isso, e o queixo que punhas sobre a minha cabeça já fica uns centímetros acima do que era habitual; o Tiago, tinha saudades da tua voz vê lá, e nem te ouvi cantar desta vez, mas vi o teu sorriso e continua radiante como sempre; a professora Margarida e a professora Fernanda, tão adoráveis, “As minhas queridas professoras” nunca eide ser capaz de deixar de as tratar assim; a Carina, como eu gosto de ti miúda, eu sei que sabes disso e também continuas igual, tímida mas com uma energia interior inexplicável (estás-me a dever uma saída) e...peço desculpa por não vos enumerar a todos seria uma bíblia de lamechices e tenho a certeza que sabem o que significam para mim.
Fica a saudade, porque ela é eterna, bem como são os momentos que passamos juntos.

Com muita amizade*

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