Chega-se a adulto e deixa-se o blog morrer...


….mas pensa-se todos os dias nele e adormece-se sempre com a inspiração a espreitar entre o sono e o sonho até o cansaço vencer e a inspiração desvanecer novamente . Passaram sete meses desde o ultimo post... É incrível como o tempo passa a correr. É óbvio que não me sobra muito tempo para me dedicar às coisas que gosto para que possa ter forças para desempenhar a minha profissão de fisioterapeuta e arrancar sorrisos dos olhos dos meus utentes. Agora mesmo deveria estar a preparar a classe de exercícios para as dores lombares de amanhã e a registar a progressão do meu pequeno querubim de 9 mesinhos com uma bronquiolite, mas lembrei-me deste espaço comum, da cumpl1ce, de como tenho saudades dela e dos momentos em que me sentava ao computador com uma vontade imensa de despejar a emoção que me corria pelo corpo. Ainda me emociono, talvez hoje mais do que antes, o ano de 2010 trouxe-me muito mais do que me recordo de desejar no reveillon. Começou por ser um inverno muito chuvoso e demasiado escuro, mas antes mesmo da Primavera chegar, o meu coração voltou a aquecer e desta vez, de uma maneira diferente: as preocupações foram passando para segundo plano. Sentia-me radiosa por finalmente ter encontrado mais do que um amor, um amigo. Entretanto, e apesar das minhas amigas estarem longe, nunca me senti só, senti (continuo a sentir) saudades sim, de cada vez que me debruçava numa qualquer colina de Lisboa ou estreava um filme daqueles que nós gostamos… Mas nem assim esmoreci, lentamente, comecei a sentir que foi (é) um privilegio ter as amigas que tenho e que ainda que os Km que nos separam sejam mais do que aqueles que marca o conta-kilometros do meu carro novo (outro “presente” deste ano), no meu coração estará sempre reservado um grande duplex com vista para o Tejo, vinis espalhados pelo chão e livros nas mesinhas de cabeceira. Estou feliz, dou o braço a torcer e assumo que a vida não me trata mal, pelo contrário, e que muitas vezes me mima. E termino a pensar como é bom ouvir as palavras que escapam aos outros, como somos mais felizes quando somos genuínos, como sabe bem fazer um mimo a quem merece... Apesar de tudo, de alguns infortúnios, das contrariedades mínimas e médias, a vida vai-me correndo bem, desliza e eu deslizo com ela.