Sabes o que queria?


Queria um céu azul de nuvens algodão doce. Queria-me deitada na areia fina, contigo a meu lado, a ve-las passar, a apontar e a dizeres “Olha, parecem coelhos” ou qualquer coisa parva que me desfaz em riso. Queria deitar a cabeça nas tuas pernas e abraçar a ideia sortuda de nos termos encontrado enquanto me tiras o cabelo dos olhos e pões a mão na minha cintura.
Não te posso dizer o que me atravessa a mente quando o mar me invade os olhos e as narinas e os ouvidos. Com a água salgada vem tudo o que as palavras não conseguem agrupar em frases.
É o mundo inteiro, o que existe contigo e o outro também, é o que vem e o que vai, é um barco e um gira-discos, o que me prometeste e o que me prometi a mim também. És tu e sou eu, somos os dois e o que não fomos e o que se calhar nunca vamos ser. É o achar-te diferente de mim num segundo e ver-te tão igual e tão entranhado no outro. É o sermos livres e termo-nos um ao outro e pensar para mim “nunca fui livre, sempre fui tua estupido, estivesse onde estivesse, com quem fosse, a fazer seja o que for. Não há nada que dilua a tua presença em tudo o que faço, mesmo nao sabendo onde andas, com quem andas, não preciso de saber nada disso, só que estou contigo e isso chega-me . A tua vida para lá dos meus muros só a ti pertence e eu confio em ti, apesar do que dizes e do que aparento”. E eu não te vou dizer isto tudo, porque “há coisas que não digo, mas nunca esqueço”.
Aperto-te a mão com força, tenho grãos de areia entre os dedos que arranham os maus pensamentos.
Aliso o chão ao lado da tua perna com a palma da mão, penso no quanto gostaria que a vida te fosse lisa, e o mar continua no seu encadeamento, vem à frente, volta atrás e respira fundo, avança mais um bocadinho.
Bem vistas as coisas, é o que nós fazemos também, não é? olha bem e diz-me se não tenho razão, andamos para trás um bocadinho e sempre que recuamos, ganhamos balanço para sermos maré cheia, nem que seja por um momento pequeno. A saber eu que esse momento volta, não me importo de vazar vezes e vezes sem conta.
Frida Kahlo no CCB


“A coluna partida“, “O Suicídio de Doroty Hale” (fui agora ao google – amén -descobrir os nomes, porque até há bem pouco tempo era uma ignorante da vida e obra de Frida Kahlo) lembro-me de olhar para eles e pensar “como é que alguem reconhece nisto mais do que cenas mórbidas, nuas e cruas pintadas a cores folclóricas?”. Estes e outros quadros sempre me intrigaram a ponto de me incomodar a ideia de alguem gostar deles...até que vi o filme com a bela da Selma Hayek transformada em Frida kahlo, e finalmente percebi que é impossível entender as pinturas de Frida Kalho sem conhecer a sua vida. Era impossível alguma vez compreender o “Meu Vestido Pendurado” , que nem era dos que mais me incomodava (e que agora adoro) sem saber da estória por trás. No fundo, é como certas músicas que até já gostamos e que depois de compreender o seu significado para quem as escreveu, gostamos mais ainda porque passamos a perceber nos versos mais do que eles querem dizer...Assim sendo, para quem gostar ou tiver curiosidade de conhecer, está no CCB até dia 21 de Maio a “maior exposição europeia sobre Frida Kahlo”...eu vou lá amanhã, logo vos conto como foi muahhh!

Não se "acanhem"


Ninguém nasce a ouvir Jeff Buckley, nem vale a pena mentir e dizer que se andava a começar a coleccionar a discografia do Buddy Holly aos seis anos, ou que aos nove o que mais adorávamos cantar no duche era o Hallellujah do Cohen.
Todos ouvimos música foleira. Eu ainda gosto de algumas e canto-as a arrumar o quarto ou passear o meu cão...Eu digo-vos as minhas, digam-me as vossas!

"All that she wants" dos Ace of Base (esta é uma all-time favourite para lavar a loiça e tomar banho) e "wake me up, before you go-go…lala" dos Wham. Depois vem a
"Always be my baby" e "I Will Always Love You" da Mariah e da Whitney respectivamente , porque uma nunca pode vir sem a outra, e porque é impossivel não saber aquelas letras tão profundamente dificeis de fixar depois de tocarem tantas vezes na radio.
Os Roxette, o Paulo Gonzo ( desculpa querido =Þ) e aquela da Dina do “Peguei trinquei e meti-te na cesta” , que cantei pela última vez com a cabeça fora do carro e os olhos fechados (só porque realmente não os conseguia mesmo abrir, por causa do vento) depois de terem falado mal do “pó de arroz” e da “cinderela” do Carlos Paião, que não merece porque foi dos únicos a fazer Pop bem feita sem cair na foleirice, cá deste lado do planeta;). E para terminar as "já fui ao brasil, praia a bissau, angola, moçambique...lalala" dos Da Vince e o “Forever young” dos Alphaville.

Pronto, este é o meu Top...Existem outras mas agora não me lembro. Vão debitando, eu hei-de lembrar-me de mais qualquer coisa.