Lisboa que Anoiteçe...

Estranha é esta cidade que anoitece assim, dispersa na névoa e na maresia ao som de um fado (esse que a nós diz tanto), de guitarras dedilhadas á força de quem a ama...
Minha Lisboa, em ti deixei memórias pelas ruas, sentimentos pelas avenidas , emoções que ficaram no teu passado como no meu numa saudade infinita que faz transbordar o rio ao qual pertences mais do que a mim...
Cidade mulher que a cada madrugada renasces mais bela e serena, tranquila e misteriosa só a ti entrego meus segredos e devaneios quando á noite me dou louca e enamorada, cúmplice dos desejos que guardo no peito e me prendem as amarras...
E ao deambular por ti ó Cidade, são tantos os sabores que te reconheço, relembras-me coisas boas, momentos que jamais apagaras das calçadas imensas vezes percorridas por nós amantes de alguém que ficou, que está e ade vir...
Mas és mais do que eu sei dizer, um abrigo, porto seguro do meu desencanto...como eu te Amo.
E é assim esta Lisboa a quem pertenço e só a ela me dou...
Volúpia

"No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A núvem que arrastou o vento norte...
Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças... "

Florbela Espanca


Depressa chega o Natal

À medida que os dias passam, que o frio aumenta e os aconchegos pesam cada vez mais sobre os nossos corpos arrefecidos chegam também a já habitual “azafama natalícia” ;) e esse estado de espirito estranhamente reconfortante tão típicos desta altura...
Uma quase musicalidade parece inundar todas as coisas, todos os sorrisos e olhares (provável fruto da minha visão meio poetico-distorcida...ou então não). Pena esta atmosfera ser como um ecossistema temporário no qual se viv apenas uma vez por ano...Mas ainda assim, e talvez por essa mesma razão é tão especial esta época, muito também pela estreita relação que estabelece com a família. São boas as recordações que guardo dos meus Natais passados na Serra, ao calor da lareira, em amena cavaqueira com os meus primos esperando inquietamente pela chegada das doze badaladas...
Estamos a quase um mês do Natal e mal posso esperar por passear-me pela iluminada baixa pombalina de cartucho em punho observando as frias horas de inverno passar enquanto a noite desfila rio abaixo num fim de tarde precoce...

Curta ...

"And it's almost like a corny movie scene
But I'm out of frame and the lighting's bad
And the music has no theme
And we're all so strong when nothing's wrong
And the world is at our feet
But how small we are when our love is far away
And all you need is you "

Sweet November...

Vi ontem na RTP (é de louvar a recente programação cinematográfica da RTP ) um dos meus filmes preferidos. Faz precisamente nesta altura um ano que o vi pela primeira vez.
É o romance, para os românticos daqueles que fazem chorar (no meu caso baba e ranho) prima pela excelente banda sonora. Vejam se puderem*
Still a little bit of your taste in my mouth


all my bages are packed
im ready to go
im stading here outside your door
i hate to wake you up to say goodbye
but the dawn is breaking this early morn
the taxi is waiting
is blowing his horn
already im so lonesome i could die

so kiss me and smile for me
tell me that you wait for me
hold me like you never let me go
im leaving on a jet plane
dont know when i'll be back again
oh babe i hate to go
i hate to go

thers so many times i let you down
thers so many times i playd around
but now you know that they dont mean a thing
every place i go i think of you
every song i sing i sing for you
when i come back i'll wear your weding ring