No final de um relacionamento, há sempre “o que é deixado” e “o que deixa” (salvo as raras excepções em que a coisa se dá porque ambos estavam descontentes). Eu já estive nos dois papéis e tanto um como outro são difíceis de sustentar. A grande diferença é que o sofrimento de um (o que é deixado) começa quando acaba o do outro (o que deixa). A rejeição é dura e ninguém escapa de coração completamente ileso depois de uma rejeição. Doi, dói muito, durante muito tempo. E depois (ou simultaneamente) à dor, há o regressar á vida de solteiro, os velhos hábitos, os velhos amigos, uma euforia temporária e a velha solidão… Até que um belo dia, quando a solidão já não é encarada como solidão mas como “tempo para nós”, eis que surge alguém a desequilibrar novamente o sistema emocional que tanto tempo demorou a estabilizar. E o ciclo recomeça. Por esta altura, é comum os ex-files terem alguns comportamentos padrão ao saberem da boa nova dos respectivos. Alguns ficam genuinamente felizes e talvez até aliviados ao saber que a outra pessoa encontrou alguém. Outros há (geralmente, “os que deixaram”), não sei se por sentimento de pose, ciúme tardio, ego ferido ou simplesmente por acharem que a outra pessoa (o que foi deixado) nunca seria capaz de os “substituir”, tem atitudes inesperadas de alguém que não ficou muito contente. Mas os relacionamentos não são estanques e as situações nem sempre sucedem desta maneira, apesar de ser comum ver este ciclo vicioso repetir-se vezes e vezes…
O amor quer-se puro, livre de joguinhos e estratagemas mas parece que não sabemos viver sem eles por mais que digamos odiá-los...
O amor quer-se puro, livre de joguinhos e estratagemas mas parece que não sabemos viver sem eles por mais que digamos odiá-los...
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