Romântico-quase-adolescente

Existem casais que estão em sintonia na maioria dos aspectos. Existem outros que estão em sintonia em muitos, mas não em todos os aspectos (pergunto-me se não serão todos assim) e que, por essa razão, têm que se adaptar mutuamente em busca da tal sintonia. Há também quem não acredite neste “moldar” e considere que uma relação só faz sentido quando os dois se entendem logo à primeira. Eu acho muito bonito que assim pensem…os miúdos (se calhar, mais as miúdas) de 16 anos, que da vida amorosa apenas conhecem o que vêem nos filmes, que regra geral terminam sempre com um enganador “ e viveram felizes para sempre”. Feliz ou infelizmente, já não partilho desse romantismo adolescente. Acredito que duas pessoas que partilham as suas vidas, acabam, invariavelmente, por divergir num ou outro aspecto do quotidiano, e as diferenças mais simples podem mesmo ser fatais quando as relações não têm pilares fortes, isto é, um amor capaz de ultrapassar essas divergências. Soa a cliché mas penso, verdadeiramente, que o desafio que é moldarmo-nos a outra pessoa sem, no entanto, fugirmos de quem nós somos, é uma hipótese que a vida nos dá, que a outra pessoa nos oferece de crescermos com ela e connosco…e o amor, o amor puro é determinante para o dito crescimento! Acho que é disto que são feitos os grandes amores e é assim que me imagino, velhinha, de cabelos brancos, ao lado do homem que viveu e se demorou comigo nos momentos apaixonantes mas também nos momentos de crise, quase sempre acompanhados ora de risos , ora de lágrimas na certeza de que todos eles valeram a pena, porque o amor foi sempre mais forte e fez-nos engrandecer e criar laços que dificilmente se desatam. Se calhar também é uma visão romântico-quase-adolescente mas, penso que, com uma consciência diferente acerca do que realmente tem importância…

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