A magia do outono e o meu dia de anos.
O dia decorria normalmente para o que é esperado num dia de anos. Almoço com as gatoras na pizzaria, sangria, uns brindes para aqui, umas piadas para ali, as prendas, as fotografias e os parabêns. Era o primeiro dia de outono digno do nome, com um dilúvio bíblico e eu, na estação dos comboios, sem saber como atravessar o sinuoso (e encharcado) percurso entre a porta da estação e a paragem do autocarro quando, sem perceber de onde, ouço uma voz sussurar :
“Vais apanhar o autocarro?”
“Vou...”
“Queres boleia no meu guarda-chuva!”
“Já agora...”
(Do mp3 ligado e do único phone que tinha posto, ouviam-se os james a cantar o “sometimes”)
Pode não saber como me chamo, o que faço ou onde vivo. Pode não saber que bato palmas quando as coisas me correm bem, que até me levantar o despertador tem de tocar precisamente 3 vezes, que tenho um sinal no centro abaixo das clavículas e que odeio comer favas. Não sabe que sou refilona e que adoro fazer carreirinhas na praia. Não sabe o nome de nenhum dos meus amigos, nem a minha música ou filme preferido. Não sabe nada sobre mim. Mas proporcionou-me o melhor e mais cinematográfico final de dia de anos que poderia arquitectar.
“Vais apanhar o autocarro?”
“Vou...”
“Queres boleia no meu guarda-chuva!”
“Já agora...”
(Do mp3 ligado e do único phone que tinha posto, ouviam-se os james a cantar o “sometimes”)
Pode não saber como me chamo, o que faço ou onde vivo. Pode não saber que bato palmas quando as coisas me correm bem, que até me levantar o despertador tem de tocar precisamente 3 vezes, que tenho um sinal no centro abaixo das clavículas e que odeio comer favas. Não sabe que sou refilona e que adoro fazer carreirinhas na praia. Não sabe o nome de nenhum dos meus amigos, nem a minha música ou filme preferido. Não sabe nada sobre mim. Mas proporcionou-me o melhor e mais cinematográfico final de dia de anos que poderia arquitectar.
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