Por vezes, quando os pensamentos ultrapassam a capacidade de os controlar, quando se desviam da minha linha de reflexão, sinto-me paralisar no tempo passado, numa dimensão que não me pertence nem faz parte do que agora entendo como presente...Tento caminhar em frente, fazer do tempo essa evolução linear que nos faz envelhecer, guardar memórias e fotografias, restos da vida que se acumula nas costas a cada novo instante sem darmos conta...mas a minha tendência, é a terrível da melancolia...Pior que um vicio, um veneno que infecta o pensamento, adormece a razão e contagia a percepção do mundo que existe para além do imenso universo da alma...Situada no limiar entre a saudade e a amargura que persiste nos corações, é preciso saber doma-la : ceder de vez em quando, mas nunca render a espirito à falta de intrepidez que lhe advém...
"Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer."
Por vezes, quando os pensamentos ultrapassam a capacidade de os controlar, quando se desviam da minha linha de reflexão, sinto-me paralisar no tempo passado, numa dimensão que não me pertence nem faz parte do que agora entendo como presente...Tento caminhar em frente, fazer do tempo essa evolução linear que nos faz envelhecer, guardar memórias e fotografias, restos da vida que se acumula nas costas a cada novo instante sem darmos conta...mas a minha tendência, é a terrível da melancolia...Pior que um vicio, um veneno que infecta o pensamento, adormece a razão e contagia a percepção do mundo que existe para além do imenso universo da alma...Situada no limiar entre a saudade e a amargura que persiste nos corações, é preciso saber doma-la : ceder de vez em quando, mas nunca render a espirito à falta de intrepidez que lhe advém...
Será que existe uma aura em cada um de nós?...o facto é que algumas pessoas pareçem irradiar uma estranha luz que vem de dentro e nos envolve sem razão aparente...
Experimentem
Desfaleci exausta na cama abandonada, larguei meu peso, espessura e forma sobre os lençóis envelhecidos, consumidos e depressa a noite se desdobrou na minha pele ainda com vestígios do dia que agora eu via dissipar lento e sereno nas paredes do meu quarto.
Contagiada pela sonolência tardia, movia apenas os olhos procurando algo que me alimenta-se o ócio que se instalava no corpo e lá estava no cinzeiro, um cigarro que ficou esquecido. Reacendi-o e por instantes limitei-me apenas a olhar aquela cinza que devagar se consumia sozinha...(“ás vezes somos como cigarros” pensei, “se nos acendem, ou somos consumidos ou consumimo-nos nós até já não haver “mais papel e químicos” por onde arder” ) . Num excesso de qualquer coisa, levei-o aos lábios sorvendo, em câmara lenta (como na TV) daquele fumo a cinzenta satisfação que lentamente se estendia do corpo a alma numa dormência que me congestionava os pensamentos e evocava memórias longínquas, dias remotos e sentimentos condenados à saudade eterna da melancolia...
Malditos "papel e quimicos"...