
Aos que por aqui passaram, aos que passam,
Feliz 2007 !
"Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer."

...e esta sou eu [ acertas-te em cheio Gui ;) ].
Gosto do cheiro a terra molhada num pôr-do-sol soalheiro, gosto de "torradas aparadas" ou croissants tostados com queijo ao pequeno-almoço, gosto de ouvir Sigur Rós no hi-fi da sala, gosto de comprar cachecóis coloridos, gosto de escrever palavras soltas em blocos de notas confusos, gosto de ler livros encardidos de biblioteca pública ou desfolhar capas de cds em bancas atulhadas de discotecas na baixa; gosto de visitar sítios encantados, gosto de citar citações pertinentes, gosto de escrever com canetas de acetato no espelho grande do meu quarto; gosto de ouvir o Jazz velho da mãe, gosto de participar em tertúlias estimulantes e interessantes, gosto do chocolate preto que acompanha o café elegante, gosto de ouvir o som agressivo da chuva a partir as vidraças (…)
Ás vezes, só as vezes, quando a brisa sopra de leve, o céu se desfaz horizonte abaixo em guaches Caran d'Ache e o Sol me bate nos olhos enquanto caminho, há qualquer coisa. Pode até ser só isso. E a sugestão do sonho da noite anterior. Ou até apenas a poluição do ar. Mas sei que choro. Não um pranto copioso. Não. Caiem-me apenas algumas lágrimas. Mas pode ser só do sol.
...relação MUITO complicada. Nem o utilizo com frequência (ainda bem), mas nas minhas incursões a Lisboa não passo sem ele e só eu sei a capacidade que tem de me chatear, qual feitiço que acorda os instintos mais selvagens na multidão (sub e) urbana. Da última vez caminhava tranquila, de mala em punho, ainda de sentidos entorpecidos, quando de repente, dou por mim na plataforma, o metro a estacionar e eu esmagada no meio de perfeitos estranhos que me querem mal, só pode ser (ninguém me tratava assim se não me tivesse ódio mortal). Empurram, puxam, querem à força que desapareça, devo ser um obstáculo maior, a razão de todas as frustrações. Gente mal educada, não é possível, então não fomos todos à escola aprender a pedir licença, perdão, obrigado, por favor?
De 27 de Julho a 15 de Agosto, pelas 21h30, quem gostar de cinema tem à disposição um ecrã de 14m x 8m e a possibilidade de assistir a filmes dentro do carro no estacionamento do Forum Montijo. Eu que nunca gostei muito do F.M estou rendida ao cartaz e à ideia.Boys and girls, We'll Be men and women Soon
Já não temos acne mas temos outras preocupações. Já não morremos de amor a cada instante, mas remoemos paixões antigas. Ainda não trabalhamos 12 horas por dia, mas temos que estudar para os exames . Já não somos adolescentes, mas também não me sinto adulta, nem tão pouco preparada para a vida "de crescida". Assusta-me o que quer que seja que envolva a cláusula "para toda a vida" e por vezes prefiro adoptar uma atitude moderada de deixa-andar-com-objectivos (tenho para mim que quem defendeu que ser adolescente era difícil, morreu antes de atingir este limiar).
É o final do ano escolar, como todos os finais, a repercutir-se em mim, a fazer-me reflectir , pensar no balanço e a respirar depois de duas semanas que se revelaram mais cansativas que acartar sacas de batatas nos himalaias.
Com algumas mazelas, sem latinhas e com uma factura de telefone astronómica para pagar (a internet a assumir um papel importante na vida social), (sobre)vivi aos intempérios da vida académica e não académica, pior, da vida académica e não académica sem computador! Os devidos agradeçimentos à lata jurássica residente no quarto da Paula, que ela carinhosamente apelida de "computador" .
Quase um ano depois a sensação que fica,citando a minha querida Lurdes, é a de que " O caminho é longo e a porta está aberta, as asas mais soltas e o coração mais leve. Agora so falta aprender a voar"
...voltei (pelo menos de vez enquando) ;)
Aqui em baixo, há uma mercearia. O senhor Antonio é o dono, diz que tem uma neta parecida comigo e sempre que lá vou fala-me dela com tanto carinho que não consigo deixar de lhe dar atenção, mesmo quando estou com pressa para ir ter com ele.
Queria um céu azul de nuvens algodão doce. Queria-me deitada na areia fina, contigo a meu lado, a ve-las passar, a apontar e a dizeres “Olha, parecem coelhos” ou qualquer coisa parva que me desfaz em riso. Queria deitar a cabeça nas tuas pernas e abraçar a ideia sortuda de nos termos encontrado enquanto me tiras o cabelo dos olhos e pões a mão na minha cintura.
“A coluna partida“, “O Suicídio de Doroty Hale” (fui agora ao google – amén -descobrir os nomes, porque até há bem pouco tempo era uma ignorante da vida e obra de Frida Kahlo) lembro-me de olhar para eles e pensar “como é que alguem reconhece nisto mais do que cenas mórbidas, nuas e cruas pintadas a cores folclóricas?”. Estes e outros quadros sempre me intrigaram a ponto de me incomodar a ideia de alguem gostar deles...até que vi o filme com a bela da Selma Hayek transformada em Frida kahlo, e finalmente percebi que é impossível entender as pinturas de Frida Kalho sem conhecer a sua vida. Era impossível alguma vez compreender o “Meu Vestido Pendurado” , que nem era dos que mais me incomodava (e que agora adoro) sem saber da estória por trás. No fundo, é como certas músicas que até já gostamos e que depois de compreender o seu significado para quem as escreveu, gostamos mais ainda porque passamos a perceber nos versos mais do que eles querem dizer...Assim sendo, para quem gostar ou tiver curiosidade de conhecer, está no CCB até dia 21 de Maio a “maior exposição europeia sobre Frida Kahlo”...eu vou lá amanhã, logo vos conto como foi muahhh!
indecente...indecente, “não tens vergonha nenhuma” dizes-me, “e tu também não” digo-te, vamos para o inferno, mas vamos juntos e ao menos está quentinho, “bem passadinho” como nós gostamos...Ás vezes olho para ti e vejo-te como se nascido de uma bola de sabão, vais onde o vento te levar ; e vejo-me como se nascida da espuma da praia, vou onde a maré me deixar, eu voou contigo e tu viajas comigo, qual conto imaginário da minha sophia onde cresci e me fiz criança...criança é o que tu és e como me fazes sentir quando damos as mãos e encolhemos e o mundo cresce, um mundo perdido onde as horas são nossas, a chuvinha cai e não há limites...limites, não os temos, “para o infinito e mais além” gritas enquanto eu, co-piloto nos dirijo “seja lá para onde isso for”, nem interessa (do inferno já não escapamos mesmo)...Ás vezes olho para ti e vejo-te do tamanho de um botão , como se ao agarrar-te coubesses na minha mão...e cabes, cabes tão direitinho na palma da minha mão...e eu melhor ainda dentro da tua.| You Are Most Like Miranda! |
![]() While you've had your fair share of romance, men don't come first Guys are a distant third to your friends and career. And this independence *is* attractive to some men, in measured doses. Remember that if you imagine the best outcome, it might just happen. Romantic prediction: Someone from your past is waiting to reconnect... But you'll have to think of him differently, if you want things to work. |
Eu não consigo, não sei, nem quero aprender a viver sem música nem cinema. E quando vejo maus filmes ou ouço más bandas/músicas para mim é massacrar aquilo que considero ser do melhor que o homem tem capacidade de fazer.
Só mais três minutos e depois mais três...não te queres levantar, eu também não, mais três minutos, só mais um bocadinho. Não tarda corremos de encontro às nossas margens opostas do rio , descabelados, atrasados, amarrotados de sono incompleto, são só três minutos mas são sempre minutos a mais. Minutos que são horas e as nossas sempre mais que as dos outros, porque vão cheias de riso, sonho e paixão, esperam pela tarde com uma ansiedade inusitada, juntando-se ao fim do dia como se nunca se tivessem juntado antes...e assim se constróem, se enlaçam, se reconhecem umas nas outras. São aos nossas horas, é o nosso mundo. E termos um mundo para nós já é muito, muito mais.
Dos diálogos brilhantes aos pequenos gestos, o grandioso deste filme bebe a sua magia na contenção. Uma contenção esmagadora. Assassina. Fatal para os fracos de coração.
Continuam a ser vocês, confidentes, amigas, irmãs. O que sentimos não se compara a nada no mundo, sempre dissemos que bastava uma de nós ser do sexo oposto para estarmos casadas e é mesmo assim, mesmo assim. Os laços que nos unem são mais fortes que qualquer outro, os vossos namorados sempre o souberam, os meus também, nunca pudemos gostar deles com tanta força. Ninguém entende os meus silêncios como vocês, ninguém entende os vossos abraços como eu...
Em seis anos de ausência, anseio pelo mesmo amor que senti ao percorrer as ruas e avenidas de Paris. Era incapaz de lá morar, mas há qualquer coisa, “quelque chose” em Paris, um “je ne sais quoi” que me remete em saudade e vontade de lá voltar... Quero rever os pintores de Montmartre da minha Amelie Poulain, as bancas intermináveis de livros e vinil antigos, o carrousel.., comer um “Crêpe au chocolat” no meio da rua, beber qualquer coisa quente num bar em St. Michel e perder-me pelo imenso cinzento nostálgico que lhe fica tão bem. Um dia destes pego na mochila e "lá vai ela..."
Setubal...
Setúbal grita-me aos ouvidos que fique em casa, FICA NA CAMA, Andreia Sofia, FICA NA C-A-M-A! Eu até ficava, mas não posso. Setúbal húmida, fria e da chuva que só cai quando nos apanha a correr para um lado qualquer. Eu até gosto de ti, mas hoje não. Hoje estou zangada contigo, Setúbal feia do “túnel do quebedee”, do “pexe frrite” e dos comboios de hora a hora , que nada tens a ver com a minha Lisboa das 7 colinas, dos 7 miradouros e do meu Bairro Alto... Setúbal malvada, que não te perdoo o rigor deste Inverno enquanto não voltar a respirar pelo nariz.
<Demos as mãos, sentimos o frio entranhar-se pelos ossos e ficamos os 4 calados, em fila, pés penhasco dentro, penhasco fora a ver a Cidade do alto mais alto e escondido de Almada. Nunca ninguém lá vai, só nós...os outros preferem os miradouros, nós preferimos aquele recanto escuro onde a única luz que brilha é a que vem de Lisboa...a nossa Lisboa. Mas o silêncio dura pouco com a Margarida a interromper para dizer “ já repararam naquele Y de estradas ao fundo?” e o Tiaguinho logo de seguida “lembram-se daquela vez que a ponte estava metade iluminada, metade às escuras e nos pusemos a inventar razões?”...e ali ficamos não sei quanto tempo, de olhos postos , encadeados pelas luzes, pelas colinas, pelo rio...não sabem o que se passa, mas sentem-no, nos meus olhos as luzes parecem brilhar mais do que nos deles...e sem perguntar, abraçam-se a mim no silencio daquela noite fria, que deixou de o ser quando sobre mim caiu o peso do emaranhado de braços.

...e a minha lista de livros a adquirir na feira do livro não pára de aumentar.
A festa acabou.Saboreio com prazer todos os “regressos a casa” de noites memoráveis como esta. Bem diferente da “ida”, em que o rádio toca alto e a agitação é tanto maior quanto o entusiasmo, no regresso a casa o cansaço atira-nos para os cantos do carro e transforma o som do rádio, independentemente da música ou posto, num embriagado jazz fim de noite . Descalça, de sapatos no colo, serpenteio os pés na direcção dele...só eu e ele nos mantemos acordados: o co-piloto há muito que se deixou adormecer debruçado na janela do jipe, e os outros também. Vamos devagar, ao ritmo do tal jazz que toca baixinho e das luzes beira de estrada que iluminam o asfalto de Vilamoura a Albufeira, não temos pressa, a festa acabou e aconteça o que acontecer, já vivemos 5 horas de 2006...Mas assim que chegamos à casa que, por 4 dias, foi nossa “é a ternura que volta”, e mesmo perdidos de sono há ainda tempo para o chá das 5 ( da manhã), uma tareia no Mortal Combat, uma mistela de atum com ovo, maionese e tostas e ainda trafulhices nos que caíram nas camas antes de nós. Um fim de noite e de ano perfeito que só termina quando abro a porta do quarto e o vejo, deitado, já adormecido...Não percebo se chega a acordar quando me deito, porque conforme me afundo nos lençóis que preparou com cuidado, encaixa-se a mim, diz que me adora e dá-me um beijo que desta vez não confundo com um sonho mas que me embala e adormece até para o ano.... Andres Velazquez, sax
Rafael Pozo, guitarra eléctrica
Miguel Benardo, clarinete
Julio Camarena, guitarra
Jesus Ramirez, tuba
Ernesto Rodrigues, violino
7 Janeiro, 19h30 (3 €)
TREM AZUL JAZZ STORE (Rua do Alecrim 21A, Lisboa)
8 de Janeiro, 22h30 (3 €)
LISBOA BAR (Rua da Trindade 7, Lisboa)
...para começar bem o novo ano ",