Regresso

A festa acabou.Saboreio com prazer todos os “regressos a casa” de noites memoráveis como esta. Bem diferente da “ida”, em que o rádio toca alto e a agitação é tanto maior quanto o entusiasmo, no regresso a casa o cansaço atira-nos para os cantos do carro e transforma o som do rádio, independentemente da música ou posto, num embriagado jazz fim de noite . Descalça, de sapatos no colo, serpenteio os pés na direcção dele...só eu e ele nos mantemos acordados: o co-piloto há muito que se deixou adormecer debruçado na janela do jipe, e os outros também. Vamos devagar, ao ritmo do tal jazz que toca baixinho e das luzes beira de estrada que iluminam o asfalto de Vilamoura a Albufeira, não temos pressa, a festa acabou e aconteça o que acontecer, já vivemos 5 horas de 2006...Mas assim que chegamos à casa que, por 4 dias, foi nossa “é a ternura que volta”, e mesmo perdidos de sono há ainda tempo para o chá das 5 ( da manhã), uma tareia no Mortal Combat, uma mistela de atum com ovo, maionese e tostas e ainda trafulhices nos que caíram nas camas antes de nós. Um fim de noite e de ano perfeito que só termina quando abro a porta do quarto e o vejo, deitado, já adormecido...Não percebo se chega a acordar quando me deito, porque conforme me afundo nos lençóis que preparou com cuidado, encaixa-se a mim, diz que me adora e dá-me um beijo que desta vez não confundo com um sonho mas que me embala e adormece até para o ano....

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