Aos que por aqui passaram, aos que passam,

Feliz 2007 !

No one miss 'summer' like i do.

O Verão, quero o verão. Uma toalha estendida na areia fina da praia e eu sobre ela, de olhos semicerrados pelo sol a brilhar intenso na minha direcção, na direcção da minha pele, da minha cabeça, a fazer esquecer os meus dilemas pessoais e impessoais, as obrigações, a minha solidão, o meu coração, o meu cansaço.
O verão, quero o verão. Um dia longo e tardes alaranjadas passadas à sombra fresca de um qualquer arbusto no jardim da despreocupação; noites musicais, festivais, uma mochila às costas e um comboio com destino (in)certo para longe do vazio que é não ter o que me prenda.
O verão, quero o verão. Uma maré tão cheia, capaz d'afogar preocupações, ressuscitar paixões na espuma imaculada dos dias longos, cada vez mais longos a desafiar a (meteoro)lógica frigida do Inverno.
O Verão, quero o verão. Fazer da noite dia, da manhã madrugada e da tarde alvorada num calendário arbitrário sem amanhã nem dia seguinte.
O amor, sempre o amor ou a falta dele.
Lua Adversa


Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

...e esta sou eu [ acertas-te em cheio Gui ;) ].

Bilhete de Identidade

Gosto do cheiro a terra molhada num pôr-do-sol soalheiro, gosto de "torradas aparadas" ou croissants tostados com queijo ao pequeno-almoço, gosto de ouvir Sigur Rós no hi-fi da sala, gosto de comprar cachecóis coloridos, gosto de escrever palavras soltas em blocos de notas confusos, gosto de ler livros encardidos de biblioteca pública ou desfolhar capas de cds em bancas atulhadas de discotecas na baixa; gosto de visitar sítios encantados, gosto de citar citações pertinentes, gosto de escrever com canetas de acetato no espelho grande do meu quarto; gosto de ouvir o Jazz velho da mãe, gosto de participar em tertúlias estimulantes e interessantes, gosto do chocolate preto que acompanha o café elegante, gosto de ouvir o som agressivo da chuva a partir as vidraças (…)
A culpa é de Hollywood

...das telenovelas brasileiras, do Jesse e da Celine, do Richard Linklater e de outros tantos grandes grandes sacanas que como eles ajudaram a criar a ideia maquiavélica de que só UMA pessoa nos completa, “a tal”, a “alma gémea”, “ele”, “ela” etc. A culpa é deles, minha e dos que como eu padecem deste (ainda não percebi se...) mal ou bem.
Eu sei. Sei bem que o que interessa é ter vivido, ter sentido toda a palete de emoções Caran d'Ache que o amor evoca. Porque muitos há que passam uma vida inteira sem sentir “assim” mas até que ponto não serão eles mais felizes? Mais felizes do que os que sentiram e experenciaram , ainda que por momentos, o “amor puro”? Felizes os que ignorantes porque deles é o reino da ingenuidade.
A perfeição nunca irá superar a perfeição, não da mesma maneira, não tão depressa, não tantas vezes (ainda que tu aí me digas o contrário). Tenho em mim que há um grupo restrito (ou não) de pessoas que sentem desta forma e não sei que vos diga, digam-me vocês a mim...Fico contente por ter sentido assim, por não ser mais uma, por olhar para a banalidade e reconhece-la ao longe, feliz por (re)conhecer o amor...Mas triste, uma tristeza que não sei bem de onde vem (parece que é das vísceras, é capaz de ser do fígado) nem porquê...talvez porque o coração também se cansa, ganha tendências compensátórias e formas estranhas de se proteger, não do amor, mas do fim do amor...


PS: A culpa é também do Shakespeare e do Walt Disney !
Dezembro

Tinha saudades da chuva, de andar de casaco (encarnado hihi), de molhar os pés. O calor que eu tanto gosto, quando em demasia, deixa-me num estado de apatia que, a ser agradável, acaba por se tornar cansativo.
Espero que com esta água a vida volte a dar de si.

Bom dia Dezembro.