Se a minha vida fosse um romance, seria passado em Lisboa, entre o castelo e a Graça, Alfama, o bairro alto e a Bica. Teria uma cena no antigo cinema Quarteto e o seu tão característico cheiro a verniz e ao veludo encarnado das cadeiras. Intercalaria entre os jardins da Gulbenkian e os do CCB e terminaria a tarde numa esplanada panorâmica do príncipe real. Jantaria no Paparrucha ou no Buenos Aires Café e uma ou outra cena passada no Chapitô com um copo de cocktail na mão. Também não faltaria o fado da Bela Vinhos e Petiscos nem a agitação dos Santos Populares, as cores, os sons, numa cena embriagada e esquizofrénica. Casa é onde está o coração e o meu começou a bater a norte da ponte. Bateu, parou, morreu adolescentemente e voltou a fazer-se ouvir a cada regresso a "casa".
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