Temos corredor...
A minha escola é um corredor. Um meio corredor apertado com cacifos de ambos lados, professores no andar de cima e alunos no rés do chão, um autêntico “Corredor das excentricidades”. Foi assim que o apelidei há uns dias quando, encostada ao cacifo numero 71, esperava pela aula de estudos do movimento humano e observava o kiko e a Catarina numa pista de danças latinas improvisada, o Almada (centro geocósmico do mundo =Þ ) de volta do baixo, a Odilia às gargalhadas enquanto o Tiago, noutro ponto não muito longe dedilhava Oasis na guitarra que é de todos e não é de ninguém.
Convivemos dia apôs dias, há já quatro meses nem nós sabemos bem como, mas o facto é que apesar de aparentemente estranho (mas acolhedor) o “nosso” corredor faz de casa e família a muitos, principalmente os que vêm de longe e tentam encontrar ali o calor humano que a distancia arranca do peito sempre que partem no comboio que os traz de volta às praias do Sado. E são justamente de saudade as lagrimas que muitas vezes se derramam naquele corredor, lagrimas que depressa acabam em sorrisos frequentemente provocados pela magnifica voz do "Branquinho e seu tambor" . Os sotaques são outro factor de interesse no nosso corredor, norte sul este oeste, Portugal inteiro de uma ponta a outra, tudo no “nosso” corredor, uma torre de babel estreita e apertada. Já para não falar da facilidade com que se destinguem os alunos dos três cursos: os “fisio” em calções ou em posições estranhas de femur na mão, os “enf´s” de bata e sempre preocupados com o trabalho de P-lalala e finalmente os “TF´s” também muito conhecidos por “Turismo e férias”...que nunca os vemos.
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São infinitas as particularidades deste nosso corredor que tem tanto de estranho como de acolhedor, tanto de estreito como de imprevisível, um autêntico “corredor das excentricidades” ;)
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