Lisboa outra e outra vez
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E os ferris ! daqui não os vejo, mas imagino-os ligeiros sobre as águas que a madrugada acalma. Também tenho saudades deles, do último que parte do cais a flutuar sobre a noite com a brisa a arrepiar a alma e a pele de quem nele viaja apaixonado...Daqui não vejo os ferris, mas vejo a Ponte brilhar cintilante, qual constelação estendida entre margens...É impossível não gostar Dela, mas eu sou suspeita, vejo-a para além da cidade: vejo os passos nas calçadas, os livros nas livrarias, o vinil em segunda mão tocar embriagado num gira-discos à janela, o cheiro do chá que ficou por beber naquela noite, e oiço os trovadores pelas ruas, a cantar canções que poucos entendem , é pra eles que as cantam em banda sonora boémia de uma curta metragem, tão curta quanto a noite que passa a correr até o ultimo ferri chegar outra vez...Na minha cidade tudo é luz, magia e paixão e tudo me lembra de ti !
24/08/05- Escrito em viagem
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