O tempo é para mim cada vez mais abstracto e menos linear, tanto pela sua inconstância como pela subjectividade que evoca...
Por vezes, quando os pensamentos ultrapassam a capacidade de os controlar, quando se desviam da minha linha de reflexão, sinto-me paralisar no tempo passado, numa dimensão que não me pertence nem faz parte do que agora entendo como presente...Tento caminhar em frente, fazer do tempo essa evolução linear que nos faz envelhecer, guardar memórias e fotografias, restos da vida que se acumula nas costas a cada novo instante sem darmos conta...mas a minha tendência, é a terrível da melancolia...Pior que um vicio, um veneno que infecta o pensamento, adormece a razão e contagia a percepção do mundo que existe para além do imenso universo da alma...Situada no limiar entre a saudade e a amargura que persiste nos corações, é preciso saber doma-la : ceder de vez em quando, mas nunca render a espirito à falta de intrepidez que lhe advém...