"Teus pés me abrem o caminho..."
Caminhavas levemente pelos dias, com o passo apressado, muito mais do que o meu, e ainda que um passo teu fossem dois meus eu seguia a sombra do teus pés no plano infinito das ruas que atravessamos sem medo. Por vezes, agarravas-me a mão com a suave delicadeza que sem te aperceberes possuías e dizias-me “mais depressa” enquanto eu acompanhava o difícil ritmo do teu andar...
Era como quando dançávamos, tomavas-me em teus braços rodopiando, depois era quase impossível seguir-te, o sangue fervilha-me em todas as extremidades, alcoolizavas-me com o teu jeito docemente serio e sem reparares, meu corpo tomado de paixão, adquiria uma estranha aura dominadora que me abrangia os olhos direcionando-os para os teus numa perseguição louca que sempre acabava em suor, pele e saliva...
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