Já não sei estar de férias.
Acordo tarde, a horas de lanchar e com despertador. O John Mayer toca no gira-discos improvisado enquanto tomo um banho demorado...
Estou aborrecida. Acho que sofro de uma espécie de depressão inicio de férias. De tanto ter que fazer em tempo de aulas acabo por ficar entediada com a inércia pós-exames. As miúdas vão para as suas casas, cada uma mais longe que a outra, a Sara está em Barcelona, o Ricardo em Londres e o Tiago na Holanda bem como o Joãozinho e o Mesi, os “emplastros” (sim, é mais um dos meus incompreensíveis termos carinhosos) que lá foram ter com ele e me deixaram cá , na Lisboa mediania, a desejar que voltem depressa para me salvarem do desterro que é estar de férias e não ter amigos por perto.
Demoro algum tempo a familiarizar-me com isto de “não ter nada que fazer” , e quando me começar a habituar já as aulas estarão a começar novamente e já o meu biorritmo se alterou o suficiente para me voltar a custar levantar às 7h da manhã e enfrentar a cidade do “peixe frite”. Seria bem melhor, se na vez destas interrupções parvas de três semanas, tivéssemos de mês a mês, uma semanita de descanso. Sempre atenuávamos o cansaço q.b. sem alterarmos o biorritmo, que por esta altura da vida se caracteriza por ser muito sensível a alterações horárias, habituando-se facilmente ao “dolce fare niente” , que é como quem diz, tornamo-nos uns preguiçosos de primeira! Mas enfim...
Apetecia-me sair de casa, pegar na Polaroid e tirar fotografias...mas chove lá fora e não tarda o semítico sol de Inverno desaparecerá tão depressa quanto apareceu...