O tempo não sabe nada.

Devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgávamos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

(...)

José Luis Peixoto; "Explicação da eternidade", in A casa a Escuridão
"2011 Parte II" ou "My own new year's Resolution"


21h, saio apressada do hospital, aceno um “adeus” ao segurança que me retribui com o mesmo sorriso de todas as noites. Saio apressada porque vou ter com ele, o carro espera-me no “sitio do costume”. Está a chover, sento-me no carro e encharco a baquet que carinhosamente apelido de “sala” e, antes que da minha boca saia alguma palavra, abraça-me como se não me visse há anos. Abraça-me com força, tanta força que do emaranhado de dois braços (que parecem mil) a envolver-me consigo dizer “Amor, falta-me o ar! ” “e tu faltas-me a mim…” diz desavergonhado com o sorriso habitual. É o meu moreno, cabelo castanho, despenteado, com o esboço de alguns caracóis a desafiarem-me os dedos a entrelaçarem-se neles. Temos os nossos rituais, os nossos lugares, somos no anonimato aquilo que muitos fingem ser publicamente com a diferença, que ambos sabemos que o romantismo é, como diz o Fernando pessoa “como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão.” Somos felizes porque somos livres, desprendidos há muito de expectativas que não sendo falsas, têm tanto de verdadeiro quanto o tempo tem. Não fazemos promessas nem juras de amor, mas quando nos perguntam “como vai ser amanhã?” respondemos quase em uníssono “não sabemos, mas gostamos muito de estar um com o outro” e é tudo quanto nos basta agora. Ele conhece-me melhor que ninguém e eu a ele. É diferente mas (tão) igual a mim, perspicaz, inteligente, interessado e sempre, sempre bem-disposto a desafiar o mundo com um sorriso infantil. É o meu companheiro de todos os crimes, de todas as horas. Compactua com os meus devaneios nocturnos e acrescenta sempre algum peru-menor importantíssimo. Somos a dupla quase perfeita de assassinos, de ladrões e juntos cometemos os delitos mais sórdidos, como: comer uma dúzia de pastéis de Belém de uma vez ou percorrer Lisboa inteira em busca do local ideal para fotografar numa tarde. Temos fases como a lua “Fases de andar escondida, fases de vir para a rua (…) Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha ” mas o amor, ou o que quer que seja que nos faz gostar de estar um com o outro, é sempre mais forte e quando não for, é porque não tinha que ser… Somos meio-principes-meio-sapos, e de todas, esta é a nossa maior virtude. Aprendemos a viver disfarçados e, apesar de compreendermos todo o funcionamento deste ecossistema de sapos grandes, mantemo-nos fiéis a nós, à criação e àquilo que acreditamos ser, não o correcto ou o errado, mas o verdadeiro nos nossos corações.


Façam as vossas resoluções para o Ano que aí vem, esta pode ser "A minha resolução" ou apenas um devaneio.

Feliz Ano Novo queridos cúmplices ;)
Das tripas coração


O coração é um animal selvagem
e não há quem consiga domesticá-lo.
Os sonhadores


Today my heart swings diz:
Bom dia!
Today my heart swings diZ:
esses sonhos?
Miss diz:
não sonhei...
Miss diz:
sonho demasiado durante o dia, tiro as noites para descansar ;)
(...)
Today my heart swings diz:
os sonhadores? nunca viste? é um bom filme para ti
Miss diz:
ja me falas-te nele…
Today my heart swings diz:
É sobre 3 jovens que se conhecem por alturas do maio de 68 em paris, tds adoravam cinema e gostavam de fazer jogos, charadas ou mimica dos films
Miss diz:
uma conjugaçao gira, cinema, paris, charadas hummm…
~


Fica a sugestão para uma tarde de outono.
Humpf



Há meses que não é domingo no meu calendário… E eu com tanta vontade de ir até à praia, sentar-me na esplanada depois do passeiozinho à beira mar a desfrutar dos escassos raios de sol de outono e a fazer de conta que afinal, o verão não está assim tão longe…

A magia do outono e o meu dia de anos.


O dia decorria normalmente para o que é esperado num dia de anos. Almoço com as gatoras na pizzaria, sangria, uns brindes para aqui, umas piadas para ali, as prendas, as fotografias e os parabêns. Era o primeiro dia de outono digno do nome, com um dilúvio bíblico e eu, na estação dos comboios, sem saber como atravessar o sinuoso (e encharcado) percurso entre a porta da estação e a paragem do autocarro quando, sem perceber de onde, ouço uma voz sussurar :

“Vais apanhar o autocarro?”
“Vou...”
“Queres boleia no meu guarda-chuva!”
“Já agora...”
(Do mp3 ligado e do único phone que tinha posto, ouviam-se os james a cantar o “sometimes”)

Pode não saber como me chamo, o que faço ou onde vivo. Pode não saber que bato palmas quando as coisas me correm bem, que até me levantar o despertador tem de tocar precisamente 3 vezes, que tenho um sinal no centro abaixo das clavículas e que odeio comer favas. Não sabe que sou refilona e que adoro fazer carreirinhas na praia. Não sabe o nome de nenhum dos meus amigos, nem a minha música ou filme preferido. Não sabe nada sobre mim. Mas proporcionou-me o melhor e mais cinematográfico final de dia de anos que poderia arquitectar.
a música
a fotografia
a sétima, a primeira e todas as artes
caracóis com minis!
noitadas com as "garotas"
bugigangas orientais
Bossa Nova
chá-á-á, chá da india, chá da persia, chá chinês!
a casa do alentejo e a casa do algarve em lisboa
o romance
a praia
a praia e o romance!
a Primavera
a "azáfama natalícia"
comer três pasteis de belém de seguida!
o Jeff Buckley
a Amlie Poulain
margaritas!
fazer listas por tudo e por nada!
(...)
Eureca!

Miss diz:
olha, acabei de escrever este pseudo-post:

Miss diz:
“Nada aconteçe por acaso. É da nossa responsabilidade fazer com que assim não seja. Se deixarmos os acontecimentos passar sem reflectir sobre eles, se não procuramos tranforma-los em experiência, isso é deixa-los desvanecer no acaso. Actualmente, tento encarar todas as situações que a vida proporciona como hipóteses que o universo nos confere de sermos pessoas melhores. E todos os dias deixamos passar tantas dessas ocasiões sem sequer reparar nelas. A vida são dois dias (eu acho que nem isso) e ainda que sejam mais, o importante, é a plenitude com que vivemos os momentos, porque o momento, o agora, é tudo o que temos e senão o soubermos desfrutar, não temos nada!”

Today my heart swings diz:
está bem visto. carpe diem

Miss diz:
quando tenho estes rasgos de lucidez, tenho a sensação que ando a maior parte do tempo na escuridão

Today my heart swings diz:
é sempre assim. por isso é que o outro disse eureca

Miss diz:
...porque precisamos de estar na escuridão para saber o que é a luz

Miss diz:
se o “outro” nao soubesse o que era a não-eureca, nao sabia o que era a eureca

Today my heart swings diz:
claro, um momento não sabia, no outro fez-se luz!!
“Rufus soltou estrelas pelo Coliseu de Lisboa.”


Diz assim a manchete do blitz desta manhã. Foi fabuloso. O senhor Rufus Wainwright superou-se numa noite mágica em que desde a professora de yoga à mãe, Kate, ninguem ficou de fora do palco. Muito bem disposto (e muuuuito gay), este senhor encantou toda a gente com o seu bom humor, com as melodias e com as suas indumentárias que passaram por um fato tirolês, com o qual cantou uma música que, para mim, foi o momento alto da noite, em que resolve afastar os microfones e cantar para todo o coliseu. Seguiu-se a segunda parte na qual se apresentou vestido de roupão e posso garantir que, a partir de ontem, muita gente pode assumir em público que já chorou com um músico a cantar de roupão (palavras de um comentário no blitz). Mas não ficou por aqui. Quando todos já pensavam que tinha terminado, eis que Rufus despe o roupão e, ainda em palco, veste-se de travesti in cabaret com direito a baton rouge, high heels e chapéu noir, qual Lisa Minelli em New York New York. Ah, e adorei o pormenor das estrelas fluorescentes no piano de cauda.
E assim se passou uma noite muito agradável na companhia deste senhor hilariante com uma voz fenomenal capaz de arrepiar , sem microfone, um coliseu inteiro!

Princesa (o regresso)




Detesto ser mal interpretada. Detesto mais ainda que me substimem. E descobrir que tentaram passar-me a perna de forma amadora ou que me compararam com "amadores", deixa-me quase humilhada. Mereço mais e melhor.
Tenho que ir andando, até já!



Acredito que, ao longo da minha vida, já devo ter morrido pelo menos umas 10 vezes. Caso contrário, seria impossível ter seguido em frente com a força característica do renascimento.Estou prestes a morrer novamente, e não tenho pressa de renascer. Leve o tempo que levar, demore-me o que demorar pelos cambiantes da vida. É preciso morrer para renascer, é tudo quanto sei. E morrer significa afastar, significa ter tempo, demorar-me sobre mim, sobre aquilo que eu sou, e o que não sou, pois só assim saberei um dia o que realmente quero para mim. E agora quero extrair desta confusão emocional o essêncial, o sumo de que sou feita. Estou confusa, a cabeça não sabe o que quer, o coração muito menos e superar esta dicotomia nao será fácil, mas é para isso que cá estamos não é? Para nos encontrarmos, a nós e à missão que abraçámos quando para aqui viemos.

Não sei quanto tempo demorarei, não interessa muito também. É um até já que vos digo, porque não consigo passar muito tempo longe desta paragem virtual que diz mais de mim do que qualquer impressão digital que me consigam arrancar das mãos. ;)
Apontamento...


O que faz falta é a paixão. A paixão deliberada nos corpos dos amantes descrentes na doutrina que proclamam. O que faz falta é a loucura, a vontade de impressionar e surpreender os contemplados do nosso coração sem esperar nada em troca...nada, rigorosamente nada! E só assim estaremos genuinamente satisfeitos. Mas essa, é a maior das dificuldades: não esperar nada de quem tanto se gosta, a quem tanto se dá de nós...
To do or not do to...


Sou tão viciciada em novidade quanto em “rotina”. Se por um lado adoro conhecer lugares novos, pessoas novas, sair à noite para bares estranhíssimos ou ir jantar fora de vez em quando a restaurantes que não lembra ao diabo, também não dispenso rituais(prefiro apelidá-los assim, à conotação negativa associada à palavra “rotina”). Acho mesmo que uma coisa não deve existir sem a outra, mas principalmente acho que é a obcessão com o “não cair na rotina” que mais condena quem a evita. Principalmente nas relações, parece que já se iniciam as relações a pensar em como evitar cair na rotina, e como diz o Neal Donald Walsh “aquilo que condenas virá a condenar-te, aquilo que temes será no que um dia te tornarás”. A minha perspectiva é a de que são estes pequenos “rituais” que ditam a “ordem” na nossa vida e nos aconchegam aos dias transmitindo-nos uma sensação de conforto.
“Rotina, ou não rotina”, é mais uma questão
nas relações. Solução: usar a imaginação, ou a falta dela, em alguns casos.
Factory girl
A película termina e um suspiro genalizado ecoa pela geométrica sala de cinema do Monumental. 99 miunutos depois,o coração volta a bombear, os pulmões a insuflar e a tudo retorna ao normal actual. É como se a vida parasse e o tempo recuasse a 1965 when Andy Warhol met Edie e por momentos fizessemos parte da ascensão e da queda da personagem excelentemente representada pela maravilhosa sienna miller. Muito bom figurino, fotografia e argumento, aconselha-se.
O próximo a ver será o “2 days in Paris” com a igualmente maravilhosa July Delpy.


Andy Warhol: I wonder if people are going to remember us?
Edie Sedgwick: What, when we're dead?
Andy Warhol: Yeah.
Edie Sedgwick: Well I think people will talk about how you changed the world.
Andy Warhol: I wonder what they'll say about you... in your obituary. I like that word.
Edie Sedgwick: Nothing nice, I don't think.
Andy Warhol: No no, come on. They'd say, "Edith Minturn Sedgwick: beautiful artist and actress...
Edie Sedgwick: ...and all around loon.
Andy Warhol: ...Remembered for setting the world on fire...
Edie Sedgwick: ...and escaping the clutches of her terrifying family...
Andy Warhol: ...Made friends with eeeeverybody, and anybody...
Edie Sedgwick: ...creating chaos and uproar wherever she went. Divorced as many times as she married, she leaves only good wishes behind. [laughs]
Edie Sedgwick: That's nice, isn't it?
Porque já estou com saudades deste rapaz...


...e pela última vitória do glorioso!

Dêem uma olhadela (ou duas, ou três) aqui ---> http://www.explodingdog.com/
Fénix

Um dia acordas e és realmente a imagem daquilo que sempre desejas-te ser, ou quase, que nunca lá se chega tão perto a ponto de pensar que não se consegue ser melhor do que já se é. Acordas e sentes-te diferente, como se touched by something extra, não de forma insolente ou arrogante , mas verdadeiramente, de maneira humilde, tão humilde que és capaz de perceber que és mais um, mas mais um com uma missão, com uma energia capaz de mover montanhas, capaz de mover o mundo e com responsabilidade para com ele, para com os outros seres vivos. Respeitas a Natureza, o teu semelhante, o teu menos-semelhante, e o teu completamente diferente. Descobres a Liberdade no verdadeiro sentido do conceito, ou quase, que nunca lá se chega tão perto a ponto de não ser de todo submetido ao domínio de outro. Descobres o poder das palavras, do pensamento e da alma, e escuta-la. Acordas para o mundo e apercebes-te que há montes de coisas mal, desesperas, choras, recompões-te e ages. Aprendes que a vida é demasiado curta para viver o mesmo dia duas vezes e dás-lhe valor, dás-te valor. Reinventas-te , recrias-te, evoluis e ajudas outros a evoluirem também...Um dia acordas e é como se nunca tivesses acordado antes...


Apontamento "não sei quantos"

Indigna-me, canais como a Fox e o Biografy channel, tão uteis em tempos de insónia, encerrarem emissão às 3 da manhã! Por favor senhores destes canais, prolonguem as emissões aí umas, vá , 3 horinhas, para bem dos pobres coitados que de vez em quando lá são atacados pelo bichinho do estado de vigília constante. A malta agradece :) ... e garanto que não faltariam espectadores atentos, diria mais, assiduos!
Síndrome de domingo á tarde

Começa a sentir-se a meados de Setembro quando o frio teima em se aconchegar nos dedos dos pés, desenvolve-se numa estranha necessidade de vestir um pijama durante o dia e culmina na adopção de estranhos hábitos Invernais, como: transporte da manta mohair do quarto para o sofá da sala ou desejo passional por chá quente...E a julgar pela o arrefecer precose da ponta do nariz assim que o sol se põe, este ano é bem provavel manifestar-se mais cedo que o habitual.

"...é só quando conseguem aceitar a responsabilidade do todo que podem alcançar o poder de mudar uma parte"
Neale Donald Walsh, in Conversas com Deus

Uma verdade simples, tão obvia e tão ignorada. Preferimo-nos entranhar na sociedade a Sermos verdadeiramente, a termos nós próprios a experiência de determos todas as opções, de mudar! Se o Mundo está como está, fomos nós que assim o tornámos, fomos nós que sem querer assumir culpas, o deixámos evoluir no sentido da desordem. Porque é bem mais fácil "deixar as coisas andarem" do que tentar mudar algo. Porque preferimos culpabilizar outros a ter a consciência de que, se agimos sobre o mundo, somos tão culpados pelo seu estado quanto os que assim o deixaram quando nós aqui chegámos. Porque pensamos imediatamente que somos one in a million e se os outros não se ralam, porque havemos nós de nós ralar? Não estou com isto a julgar ninguêm, julgo-me apenas a mim que, apesar de partir desta opinião, dou comigo também a ser consumida pela selva urbana em que se "tornou" o Mundo. Pensem vocês, o que fariam, por exemplo, ao encontrar um telemóvel xpto em óptimo estado, ligado e esquecido nalgum lugar?Alguns de nós pensariam em mantê-lo ligado até o respectivo dono ligar a reclama-lo, outros em desligá-lo para que o dono se desse conta de que nunca mais o veria na vida. Ou, o que fariam ao encontrar uma nota de 20 euros perdida no chão? Pensem agora que o dono do telemóvel eram vocês ou que o grupo de pessoas a quem possivelmente pertencia a nota eram vossos familiares, concerteza o caso muda de figura. Bastava termos a consciência de que somos todos iguais, de que viemos todos aqui parar com o mesmo propósito original (seja ele qual for), e talvez as coisas fossem diferentes. Mas é difícil abdicar da influência da sociedade no nosso comportamento, das vezes que fomos nós a perder o telemóvel e a perceber que alguêm se aproveitou da situação. É difícil mas não é impossível, e se não os poder vencer, também não me juntarei a eles porque aí sim, seria one in a million...of fucking cavemen and women.

Apontamento VI

Há filmes que eu vi quando sairam e que me recordo de ouvir os meus pais dizerem: granda filme! e eu pensar: granda seca.
E agora que os revejo percebo que tinham razão, percebo que na altura ainda não tinha vivido o suficiente para perceber certas coisas ou ter sido tocada por elas. E imagino que daqui por uns tempos, se calhar, muito provavelmente, serei capaz de os entender melhor ainda.
E com tudo isto concluo que estou a ficar velha e isso não é de todo bonito de se ver ;)
Apontamento V

Ainda temos idade para andar de mão dada?
Meus amores, minhas queridas, as eternas metades de mim.
Fazem-me falta.
Cansa-me ter saudades vossas, ainda que as prefira a não vos ter nas veias quase desde que me conheço.
Temos sempre idade para dar as mãos...
Agenda Cultural de Verão


...pois é, parece que foi desta que o sol resolveu mostrar o ar da sua graça e trazer de vez o verão para os boletins metereológicos. E com o verão chegam também as férias e os dias que, em tempo de aulas e trabalho, eram passados num rodopio dão lugar a dias longos cheios de "nada para fazer" .
Mas a verdade é que não há férias que resistam à preguiça e ao súbito "dolce fari niente" tão característico da época balnear. Portanto, é aqui que eu entro para vos por a par de alguns eventos que poderão preencher os vossos serões e animar um bocadinho as vossas férias.

O cinema parece ter sido o feliz contemplado deste ano com festivais, ciclos e reposições por toda a parte:

Um Ano de Cinema - Uma semana para ver ou rever, no cinema Nimas, alguns dos melhores êxitos de 2006. De 5 a 11 de Julho.

Cinema na Esplanada - A cinemateca volta a presentearnos com as "Noites na Esplanada".Este ano, o tema é a praia e uma diversidade de filmes expõe esta atmosfera tão característica da estação estival. De 5 a 28 de Julho.

Drive-In - É de louvar esta iniciativa do Forum Montijo que, pelo segundo ano consecutivo, realiza no parque de estacionamento do Retail Park o drive-in com uma excelente programação . A entrada é livre e as sessões são diárias às 21h30, de 6 a 25 de Julho.

Festa do Cinema 2007 - O estádio do INATEL abre as portas para exibir o melhor cinema e aquecer ainda mais as longas noites de Verão. Num total de 13 filmes a ser exibidos de 28 de Julho a 11 de Agosto.

Exposições:

O Corpo Humano Como Nunca Viu - Continua em exibição, até dia 30 de setembro, esta exposição que reúne 17 corpos reais, preservados mediante uma técnica que consiste na desidratação dos tecidos, utilizando silicone. Nas nove salas que albergam a exposição é possível conhecer melhor a anatomia humana, nomeadamente os sistemas nervoso, respiratório, reprodutor e digestivo. Eu já lá estive e vale muito a pena mesmo para quem nunca teve nenhum contacto com a fisiologia ou anatomia do corpo humano.

Museu Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea no CCB

No teatro:

Urgências 2007 - A realizar-se pela terceira vez no. O espectáculo é composto por peças curtas escritas por alguns dos mais notáveis jovens dramaturgos portugueses mas também com a participação de autores de outras áreas como o jornalismo, a música ou o guionismo. Cada um destes autores escreveu uma peça curta que responde à pergunta "o que é que tens de urgente para me dizer?". O conjunto dessas peças deu origem a um novo espectáculo. Directo, rápido, actual - estes são alguns dos adjectivos que se poderiam aplicar a este espectáculo que é, acima de tudo, urgente. De 5 a 29 de Julho.

Os Melhores sketches dos Monty Python - Os actores José Pedro Gomes, António Feio , Miguel guilherme, bruno Nogueira e Jorge Mourato prestam a devida homenagem aos génios que lhes ensinaram boa parte daquilo que sabem sobre comédia, sobre o lado bonito da vida e sobre a arte de evitar ser esmagado por um pé gigante vindo sabe-se lá de onde, numa sucessão imparável de sketches clássicos dos Monty Python, traduzidos e adaptados por Nuno Markl". A partir de 18 de Setembro de 2007 no casino Lisboa.[ Um miminho especial para ti que és fãs destes senhores ;)]

A não esquecer os festivais de verão e as festinhas por todas as praias deste nosso Portugal...

Para os que ainda não tiveram a sorte de entrar de férias resta-me desejar um bom trabalho, bons exames ou o que for... e esperar que ainda assim, consigam aproveitar algumas destas sugestões.


Apontamento IV

Gosto do tempo fora do tempo. Desta chuva Primaveril a encharcar-me as sabrinas e a tingir o horizonte de múltiplos arco-íris num festival de cores sazonal.


2+2

Escolhemos o caminho da felicidade. E caminhamos devagar, não temos pressa. A pressa é inimiga da perfeição e se ela existe não se procura, encontra-se com amor, pelo amor. E desse, temos de sobra nos nossos corações tão desejosos de o dar e partilhar um com o outro, com os outros que nos querem bem...e se isto não é felicidade não sei o que será.
O mundo não tem de ser esse lugar hostil que conjecturamos nas nossas cabeças atestadas de medos e fobias. É “só” olhar para ele com o coração. Soa a cliché e a Paulo Coelho no seu “vai onde te leva o coração”. Leva tempo, demora a assimilar-se e a acreditar que a receita para a felicidade é um cliché e que as coordenadas precisas para o amor puro são a imperfeição, a compreensão e a humildade de dar sem esperar receber. Mas isto é tão verdade quanto quisermos que seja. E para mim é. Começou a sê-lo desde que eu quis, desde que do meu peito se exorcizaram (e exorcizam aos poucos) aquelas concepções hollywoodescas sobre a incompatibilidade da tríade amor/verdade/felicidade. Está nas nossas mãos, cabe-nos decidir se o caminho a seguir é uma estrada no sentido do crescimento enquanto seres cada vez melhores e mais felizes ou um atalho para a estagnação...


Obrigada meu querido, meu amigo, meu amor, por me “aturares” com tanto amor, carinho e por caminhares comigo para esse lugar “onde só chega quem não tem medo de naufragar”.
Medos


O grito - Munch


Ontem, ao jantar (cumprimentos ao senhor cozinheiro pelos maravilhosos bifes com molho tropical), falava-se de medos. Sou uma pessoa relativamente medrosa, tenho alguns, não diria medos, mas coisas que me assustam e fazem vibrar a minha estrutura molecular a uma frequência acima do normal.
No domínio do irracional, assusta-me a hipótese de ser enterrada viva. A minha madrinha contava-me que, na sua juventude, se falava muito de haver surpresas desagradáveis, quando se faziam as transladações dos corpos, nos cemitérios. A estória que contam do Carlos Paião e dos arranhões encontrados no caixão . Sei que é mórbido, mas desde essa altura fiquei com o pânico de que me pudesse acontecer o mesmo a mim. Por isso, quero ser cremada. Chamem-me louca paranóica! No entanto, a minha claustrofobia não se resume a este mito, que o Hitchcock tratou da melhor maneira num episódio lendário, em que um preso fazia um trato com um coveiro. Dificilmente me apanham numa gruta, e muito menos numa mina ou submarino, se é que me faço entender. Por outro lado, ando na boa de metro e os elevadores não me assustam. Incoerências.
Tenho medo de um dia olhar para o espelho e ver os meus olhos assim. Baços. Com aquela certeza de que é demasiado tarde para se concretizar aquilo que um dia se ousou sonhar.
Tenho medo de escadas sombrias e becos sem saída. Quando me encontro num destes dois locais, sinto logo "presenças", "respirações" e afins e dou comigo a imaginar uma cena de um filme de gangsters comigo a servir de vitima ou moeda de troca.
Tenho medo de não estar à altura. Do que todos esperam de mim. Do que eu espero de mim. Mas sobretudo, de me cegar na busca de reconhecimento alheio, deixando para trás tudo aquilo que EU quero para mim - e que é bem mais simples que aquilo que o Mundo e arredores espera de mim...



Et voilá..Tenho outros medos (ainda) mais sérios, mas esses são terrivelmente aborrecidos.... Agora passo-vos a batata quente e digam-me vocês os medos que vos atormentam.



Hoje jantava aqui...




" Submerso a seis metros de profundidade e localizado a 40 metros da praia. Uma ponte leva os convidados a um pavilhão de entrada que flutua ao nível do mar e abriga uma área de estar/cafeteria/cozinha. Descendo por uma escada em espiral para o salão principal de jantar, o visitante é convidado a entrar em um espaço pontuado com 62 janelas acrílicas que oferecem incríveis vistas submarinas ".

...já me estou a imaginar a pedir uma salada de frutos do mar qual pequena sereia no seu palacio submarino.

Aos que vêm, aos que vão, aos que ficam...


"Um dia a maioria de nos irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lagrimas, da angustia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo....
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas?"
Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!
"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......
Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um ultimo adeus de um amigo.
E, entre lagrima abracar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo.....

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

"Saidas à la gang"


"Combinamos à “ultima da hora”, sempre à “ última da hora “, porque a ultima é a melhor hora para se combinar seja o que for, sem criar expectativas, sem pensar no que vem a seguir. Ir por ir, deixar o que tínhamos a fazer por fazer e seguir noite fora, Lisboa fora sem saber onde vai acabar a madrugada, onde vai começar o dia, e ter a certeza única de que a melhor companhia está do nosso lado e o melhor sitio para se estar, será onde estivermos..."


Encontrei uma série de rascunhos perdidos pelas catacumbas do meu computador que falavam de vocês minhas meninas, e escusado será dizer que passei a tarde de olhos lacrimejantes de saudade de nós...*

Long Distance Runner

Corro para ti todos os dias...e não há desporto que mais me encha de alegria do que a maratona que é contar-te o meu dia, ouvir-te falar do teu, estar contigo, dizer-te não-verbalmente, em linguagem gestual, corporal, que gosto de ti o tanto que eu nem sabia ser capaz de gostar.
Apontamento I

Podemos estar cercados por pessoas que nos adoram incondicionalmente, que o repetem e demonstram a toda a hora. Mas a nossa personalidade é moldada pelo desejo de agradar àquela pessoa que, não importa o que façamos, terá sempre uma crítica a apontar.
Mudam-se os tempos...

Quando era pequena costumava deixar pétalas de flores perdidas pelos livros. E não podia ser qualquer uma, eram todas diferentes, tão diferentes que hoje , ao folhear livros antigos, tenho um inventario da flora existente no nosso jardim daquele tempo. Não me lembro porque o fazia, mas tenho ideia que se não era por capricho era para as arrecadar nos meu diário que escondia a sete chaves atrás do canteiro dos amores perfeitos. Agora, na vez de pétalas de flores, colo post-it´s com citações que gosto na contracapa dos livros, na vez do diário e da caneta roida , sento-me ao computador abro o 'word' e vou deixando 'apontamentos' perdidos pelas catacumbas do meu computador...

Já não sei estar de férias.


Acordo tarde, a horas de lanchar e com despertador. O John Mayer toca no gira-discos improvisado enquanto tomo um banho demorado...
Estou aborrecida. Acho que sofro de uma espécie de depressão inicio de férias. De tanto ter que fazer em tempo de aulas acabo por ficar entediada com a inércia pós-exames. As miúdas vão para as suas casas, cada uma mais longe que a outra, a Sara está em Barcelona, o Ricardo em Londres e o Tiago na Holanda bem como o Joãozinho e o Mesi, os “emplastros” (sim, é mais um dos meus incompreensíveis termos carinhosos) que lá foram ter com ele e me deixaram cá , na Lisboa mediania, a desejar que voltem depressa para me salvarem do desterro que é estar de férias e não ter amigos por perto.
Demoro algum tempo a familiarizar-me com isto de “não ter nada que fazer” , e quando me começar a habituar já as aulas estarão a começar novamente e já o meu biorritmo se alterou o suficiente para me voltar a custar levantar às 7h da manhã e enfrentar a cidade do “peixe frite”. Seria bem melhor, se na vez destas interrupções parvas de três semanas, tivéssemos de mês a mês, uma semanita de descanso. Sempre atenuávamos o cansaço q.b. sem alterarmos o biorritmo, que por esta altura da vida se caracteriza por ser muito sensível a alterações horárias, habituando-se facilmente ao “dolce fare niente” , que é como quem diz, tornamo-nos uns preguiçosos de primeira! Mas enfim...

Apetecia-me sair de casa, pegar na Polaroid e tirar fotografias...mas chove lá fora e não tarda o semítico sol de Inverno desaparecerá tão depressa quanto apareceu...

Solitária companhia.

Dave Matthews Band em Portugal [25.05.07]


“Finalmente!”(seguido de um sorriso parvo) – Foi a minha reacção e concerteza a reacção de todos os que há tanto tempo esperavam por eles. Ainda que um bocadinho carotes, os bilhetes estão à venda desde dezembro e eu vou já comprar o meu!

Susaninha estamos lá ;)*