Eu nasci na época errada.


Devia ter nascido no meio de um filme noir, com um cigarette encaixado nos lábios como a minha preferida Audrey Hepburn e um smoking Yves Saint Laurent a enfeitar-me o corpo. Se fosse mulher havia de ser actriz de cinema americano, se fosse homem quereria ser detective de adultérios e homicídios passionais…Talvez gostasse de jazz, com Sarah Vaughan, Billie Holiday e Duke Ellington, ou talvez preferisse Frank Sinatra e Gene Kelly…Todos os dias encontraria lençóis de cetim para rejuvenescer em sono de beleza, provavelmente acordaria durante a tarde com tabuleiros de croissants aux chocolat e champagne na cabeceira…e vestiria, com a ajuda da camareira, um corset em sedas escuras para encarar mais um jantar exclusivo numa penthouse do vigésimo quinto andar.
Na Esplanada com Hitchcock


Para fechar um ciclo iniciado em Julho, a Cinemateca Portuguesa seleccionou catorze filmes do mestre do suspense, Alfred Hitchcock. De quinta a sábado, às 22h30 na esplanada da Cinemateca.

Quando puder hei-de lá passar, quando puder...
Catarse.

Encontrar-me. No meio do que fui, do que quis, do que já não sou, do que já não quero, de sonhos antigos, sonhos novos, sonhos que foram, sonhos que são. Encontrar-me. Com medos, porque sempre fui mariquinhas. Encontrar-me. Deixando para trás tudo o que me prendia, tudo o que já não era mas teimava em ser. Encontrar-me. Sem esquecer o que fui, sem negar o que fui e o que quis, sem deixar para trás os sonhos que não eram caprichos. Encontrar-me. A mim, eu, hoje.