No outro dia fui ao cinema ver o Syriana e comi um kg de gomas.


Moral da estória: "Thrillers" políticos provocam dor de barriga!
2011...


Moro sozinha num T0 em Lisboa, num bairro simpático, num prédio à antiga onde as vizinhas me vêm pedir salsa à porta só para meter conversa, perguntar como está a menina e dizer que têm uma dor na ciática e o que recomendo.
Não estou habituada à agitação da cidade, mudei-me para cá à pouco tempo por causa do emprego.
Tenho o meu mini estacionado à porta e a vespa na garagem do meu pai, mas vou todos os dias de transportes para o trabalho (por causa da poluição e porque é como se circula melhor em Lisboa). Trabalho das 8h às 15h no hospital, e à tarde frequento um curso de shiatsu. Ganho pouco ainda, estou a juntar para as minhas especializações em acupuntura e homeopatia para um dia abrir a minha clínica e gerir o meu pequeno império, como ele diz.
Os meus pais mudaram-se de vez para Montargil, têm um jardim, um pinhal e um estúdio de pintura onde gostam de estar e onde encontraram a paz que aqui não tinham. A minha mãe vem cá todos os fim de semana ver como estou, dar-me mimos, deixar-me comida para a semana e os conselhos de sempre.
Ainda não tenho muitos amigos por cá, às vezes telefono à Sara e à Margarida para aqui virem dormir. Outras vezes tocam-me à porta sem avisar, elas e mais uns quantos, trazem dvds, pipocas e enchem-me o quarto. Não gosto de estar sozinha. O meu pai ofereceu-me um gato, chama-se kiushi e adora deambular pelas escadas do prédio (as vizinhas adoram-no).
Aqui em baixo, há uma mercearia. O senhor Antonio é o dono, diz que tem uma neta parecida comigo e sempre que lá vou fala-me dela com tanto carinho que não consigo deixar de lhe dar atenção, mesmo quando estou com pressa para ir ter com ele.
O prédio, aparentemente antigo por fora, é um mimo por dentro. O meu T0 é amplo, com poucos moveis e nenhum bibelô, em jeito minimalista . Tem uma kitchnet (sempre achei piada a esta palavra) a um canto, onde raramente faço refeições mas onde existe sempre um bule com chá. Do outro lado, uma cama japonesa, uma estante com livros e vinis, um gira-discos no chão e uma secretária com o portátil onde passo as noites . Na parede em frente fotografias, cartões e afíns. Tem ainda uma janela, com portas altas, estilo varadim parisiense, que gosto de escancarar em noites quentes de verão e ver esvoaçar os cortinados por entre as luzes da cidade...


...às vezes gosto de fantasiar.
in Loco: Sala dos Computadores


Ok, admito. Serei eternamente adolescente na forma como me apego às “minhas” músicas, aos “meus” autores e por isso mesmo, fico chateada quando recebo comentários imbecis e que demonstram ignorância (auto imposta, o que ainda é pior), falta de cultura geral e tacto, basicamente.

Aqui na faculdade temos um sala de computadores e é comum, enquanto fazemos trabalhos ou pesquisamos, ligar-me ao Pandora (bem dito sejas) e é claro que as músicas ouvem-se pela sala toda ainda que eu baixe o volume das colunas - obviamente, preferia que assim não fosse, preferia ter forma de guardar a minha música para mim, um mp3 player por exemplo (situação resolvida até o próximo mês hehe) e eu não consigo, de forma alguma, trabalhar sem música.
Ora, eu até vou tendo o cuidado de fazer uma selecção que me pareça acessível a estes meus coleguinhas, nunca ponho coisas assim muito “estranhas”, como eles dizem, já para não criar atritos com ninguém, mas também não faço questão de por coisas que eles até seriam capazes de gostar (tipo Pussycat Dolls , que tive a desgraça de pôr uma vez e que eles me fizeram ouvir vezes seguidas. Se as oiço cantar mais alguma vez este ano, vomito a alma).
Digamos que tento não ser polémica na escolha das músicas, ponho umas musiquinhas bonitas. assim uns acústicos suavezinhos, uns Dave Matthews Band, Margaridas Pinto e umas coisas assim lindas e maravilhosas, mas enfim...
Estas são as músicas que levantaram mais comentários estúpidos ultimamente:
PJ Harvey - C'mon Billy. Durou dois minutos até a do computador ao lado se passar e dizer que ela grita tanto que lhe dá aflição.
Radiohead - Don't Leave Me High. Esta não entendo.É calminha mas daí até ao do computador ao fundo da sala dizer “parece um velorio”...
Billy Joel - The River Of Dreams, que me lembrei de pôr a seguir ao Buddy Holy porque me recordei do meu querido a comparalos. Ouviu-se logo um “mas estamos nos anos 70?!” ao que me apeteceu responder “90, espertalhão!”
Até o meu Ben Harper com o please bleed que acabei de pôr, e que mal começou a tocar ouviram-se logo uns suspiros parvos...

E estas músicas são todas lindas... :(